Ex-governador passará a conviver com outros presos, poderá receber visita de familiares e terá direito a banho de sol
Depois de ter sido algemado nas mãos e nos pés, em sua chegada a Curitiba (PR), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral ocupou uma espécie de solitária, no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, durante 15 dias.
Segundo explica o diretor-geral do Departamento Penitenciário (Depen) do Paraná, Luiz Alberto Cartaxo, o procedimento é comum para presos recém-chegados e pode durar até 30 dias.
Mas, de acordo com Cartaxo, devido ao “comportamento exemplar” do ex-governador, sua mudança para uma cela em que poderá conviver com outros detentos foi antecipada para esta sexta-feira (2).
“A partir de hoje, (Cabral) vai para o convívio (com outros presos). Por enquanto, vai ficar em uma cela sozinho, aguardando chegada de outros”, explicou.
Agora, o político poderá voltar a receber a visita de familiares e tomar banho de sol. Além disso, conforme O Globo, terá direito a comidas de fora do presídio, poderá ouvir rádio e assistir à televisão.
Nessa quinta-feira (1º), o colunista Lauro Jardim havia publicado que, nos dias em que esteve isolado, Cabral contou com o auxílio do ex-deputado Eduardo Cunha. Quando o ex-governador desejava algo, gritava e era ouvido por Cunha, que ocupava um cela próxima. Este, então, chamava os carcereiros.
Cabral foi transferido, no dia 18 de janeiro, após decisões da Justiça Federal do Rio de Janeiro e do Paraná, da cadeia pública José Frederico Marques, zona norte da capital fluminense, para o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
A transferência de Cabral ocorreu depois de denúncias do Ministério Público de que ele estaria recebendo tratamento diferenciado e regalias no sistema prisional do Rio. O caso também motivou o afastamento da cúpula da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado.
Na última quarta-feira (31), ele teve negado um pedido para voltar a presídio do Rio. A decisão foi do vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, que negou liminar impetrada pela defesa do ex-governador.
No pedido, os advogados de Cabral alegaram que a volta dele para o Rio de Janeiro seria essencial para o exercício de seu direito de defesa. Os advogados também argumentaram que Cabral tem filhos menores de idade e que eles teriam o direito de visita ao pai prejudicado com a permanência do ex-governador no Paraná. Além disso, segundo a defesa, o ex-governador não pode trabalhar no Complexo Médico Penal de Pinhais, onde ele está preso.
O ministro Humberto Martins considerou que não há ilegalidade na decisão que determinou a transferência de Cabral para o Paraná. O magistrado também afirmou que manter o ex-governador no sistema prisional do Rio de Janeiro seria ineficaz, já que existem provas do controle exercido por ele nas unidades penais do Estado. Martins ainda sustentou que este tipo de pedido só pode ser analisado pelo STJ após a defesa esgotar todos os recursos nas instâncias inferiores.
Fonte: Notícias ao Minuto
Por: MP
