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Cearenses representam o Brasil na maior competição científica pré-universitária mundial, nos EUA

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Cearenses representam o Brasil na maior competição científica pré-universitária mundial, nos EUA

Novamente o trabalho científico de estudantes cearenses é destaque internacional. Desta vez, a descoberta foi fruto da curiosidade de Guilherme Oliveira Matias, 16, e Yanne Lara Gurgel Pinheiro, 17, moradores do município de Iracema, na região do Jaguaribe. Os estudantes da escola estadual Deputado Joaquim de Figueiredo Correia, estimulados por projetos de pesquisa nas áreas de bioinformática e bioquímica, conseguiram desenvolver uma técnica revolucionária: fazer a interação entre múltiplas proteínas e substâncias por meio de softwares em computadores.

O procedimento é capaz de reduzir o tempo dos resultados, que levariam por volta de uma década em bancada de laboratório, para cerca de cinco minutos.

O interesse pelo campo de pesquisa, na Chapada do Apodi, veio através de notícias sobre a incidência de utilização de agrotóxicos e os casos de câncer na população, principalmente nas regiões do agronegócio.

Através de entrevistas e a investigação de amostras coletadas em 20 poços, foi possível perceber algumas outras enfermidades recorrentes como Parkinson, depressão a longo prazo e Alzheimer, além da presença de 16 tipos diferentes de agrotóxicos na água. O trabalho foi então realizado de forma a relacionar a geração de doenças neurológicas por contaminantes agrícolas, cruzando informações biológicas.

Com os resultados da pesquisa, os alunos, orientados pela professora Sebastiana Vicente e coorientados pelo ex-aluno Helyson Lucas Bezerra Braz, foram premiados na primeira colocação das categorias de Melhor Projeto do Ceará, Bioquímica e Biologia Molecular e Área de Ciências Biológicas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) 2019. Como parte da premiação, também foram concedidas credenciais para a Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel ISEF), considerada a competição internacional mais relevante de ciências para pré-universitários do mundo.

“Foi impactante, por conta dos resultados da pesquisa. A gente não sabia que ia conseguir o que de fato conseguimos”, declara Yanne Lara. Depois de participar do projeto, a adolescente afirma ter descoberto também o desejo de seguir na área da saúde, com especialização em biotecnologia. Para ela, um dos pontos mais importantes é que os resultados retornem para a Chapada do Apodi, sendo divulgados para a população que, mesmo sem saber, pode estar sujeita à contaminação e doenças.

Para o diretor da escola, Marcos Lima, esse tipo de reconhecimento valoriza o ensino público. “A gente mostra que não só os alunos das escolas particulares conseguem alcançar esse nível de excelência e que a escola pública também é uma possibilidade com oportunidades”, pontua.

Com todas as despesas pagas pela Febrace, os adolescentes embarcarão no dia 10 de maio para o Arizona, nos Estados Unidos, onde vai acontecer a Intel ISEF 2019. Com os custos pagos pelo Governo do Estado, de acordo com o estudante Guilherme Oliveira Matias, a professora orientadora acompanhará os alunos na viagem.

Fonte: Sâmia Martins, G1 CE

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