As últimas duas ocorreram no fim de dezembro e são resultados da Operação C’est Fini
A Operação C’est Fini resultou em três denúncias. Na semana passada, o Ministério Público Federal no Rio (MPF/RJ) denunciou Cabral e outras quatro pessoas – Henrique Ribeiro, Lineu Martins, Luiz Carlos Bezerra e Wilson Carvalho – por crimes na Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (Funderj).
A ramificação da organização criminosa foi descoberta a partir dos desdobramentos das operações Calicute e Eficiência. As investigações realizadas tiveram como objetivo o desbaratamento da organização responsável pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de capitais, envolvendo contratos para realização de obras públicas pelo Estado do Rio de Janeiro. Entre essas obras destacam-se a construção do Arco Metropolitano e a urbanização de grandes comunidades carentes na cidade do Rio de Janeiro, o chamado “PAC Favelas”.
Segundo a assessoria de imprensa do MPF/RJ, além de Cabral, Fichtner e Sadala, também foram alvos dessas duas denúncias Luiz Carlos Bezerra e Wilson Carlos, operadores financeiro e administrativo, respectivamente, da organização criminosa.
Farra dos guardanapos
Sadala é um dos empresários que esteve em Paris, convidado pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, para a cerimônia de entrega da medalha de honra da Legião D’Honneur, concedida pelo Senado francês ao ex-governador, e para o lançamento do Guia Michelin Rio de Janeiro. Ele era um dos participantes do jantar no hotel Ritz, em Paris, ocorrido em 2009, onde secretários da alta cúpula do governo, alguns, inclusive, já denunciados, e empresários foram fotografados usando guardanapos na cabeça e dançando, episódio conhecido com a “Farra dos Guardanapos”.
Além de vizinho de Cabral no condomínio Portobello, em Mangaratiba (RJ), Georges Sadala, conhecido pelos pelos codinomes “G”, “Salada” e “Saladino”, era o grande corruptor da iniciativa privada na área de prestação de serviços especializados relacionados ao programa Rio Poupa Tempo. Sadala teve evolução patrimonial exponencial desde o início do governo Cabral. Em troca de facilidades na contratação de suas empresas junto ao Estado do Rio de Janeiro, ele garantiu o pagamento de propina, com o aporte de, ao menos, R$ 1,3 milhão em favor da organização criminosa.
Quem também aparece no episódio dos guardanapos é Regis Fichtner, codinomes “Alemão” e “Gaúcho”, ex-chefe da Casa Civil do governo Cabral, que recebeu recursos em espécie na ordem de R$ 1,5 milhão, conforme as anotações da contabilidade paralela apreendida com o operador Carlos Bezerra. Fichtner, no exercício do cargo, solicitou e aceitou vantagem indevida para dar “especial atenção para os interesses privados de empresários do setor da saúde, prestação de serviços de alimentação e limpeza, transporte público e construção civil”. Os procuradores estimam que Regis teria recebido um total de R$ 1,56 milhão em dinheiro do esquema, de 2007 a 2014.
Fonte: Notícias ao Minuto
Por: MP