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Futuro governo no Sudão será ‘civil’, dizem militares

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Futuro governo no Sudão será ‘civil’, dizem militares

Conselho militar assumiu o poder após a destituição de Omar al-Bachir, que estava no poder há 30 anos.

O Conselho militar de transição, que assumiu o poder no Sudão após a destituição do presidente Omar al-Bachir, garantiu nesta sexta-feira (12) que vai dialogar com todas “as entidades políticas” do país e que o futuro governo será civil. Omar al-Bashir, que ficou 30 anos no poder, foi destituído e preso na quinta-feira (11).

“Vamos dialogar com todas as entidades políticas, com o objetivo de preparar o clima para as negociações e para a realização das nossas aspirações”, declarou o general Omar Zinelabidine, membro do Conselho militar de transição, segundo a France Presse.

Durante a entrevista coletiva em Cartum, ele também garantiu que o futuro governo será civil e advertiu que os militares não permitirão “nenhum ataque contra a segurança”. Zinelabidine também afirmou que Omar al-Bashir não será extraditado.

Na quinta-feira, o ministro da Defesa, Kamal Abdel Maaruf, disse que o conselho administrará o país por um período de dois anos.

Manifestações

Sudaneses foram para ruas na quinta-feira (11) para comemorar a queda do presidente Omar al-Bashir  — Foto: Associated Press

Sudaneses foram para ruas na quinta-feira (11) para comemorar a queda do presidente Omar al-Bashir — Foto: Associated Press

Manifestantes passaram a noite nas ruas na capital sudanesa, ignorando o toque de recolher anunciado pelos militares. De acordo com a BBC, eles afirmam que o Conselho Militar faz parte do mesmo regime de Bashir.

O impasse gera temores de um confronto violento entre manifestantes e o exército. A ONU e a União Africana pediram calma.

Mandados de prisão por genocídio

Bashir comanda o Sudão com mão de ferro desde 1989, quando deu um golpe de Estado com a ajuda de militantes islâmicos, de acordo com a Deutsche Welle. Ele é alvo de dois mandados internacionais de prisão por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, emitidos pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia, por causa de crimes cometidos em Darfur.

Nessa região do oeste sudanês, 300 mil pessoas foram mortas desde 2003, segundo contagem das Nações Unidas, num conflito que opõe o governo e milícias árabes, de um lado, e rebeldes não árabes separatistas, do outro.

As manifestações contra Bashir foram motivadas pela forte crise econômica que afeta o país há anos – principalmente depois da secessão do Sudão do Sul, em 2011. O Sudão é um dos 25 países mais pobres do mundo, com uma população de 41 milhões de pessoas.

Até a independência do Sudão do Sul, a economia era fortemente dependente do petróleo, que era responsável por 95% das exportações e metade da arrecadação do governo. Em 2001, o Sudão perdeu a maior parte dos campos petrolíferos, que ficaram com o Sudão do Sul.

Fonte: G1

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