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Guerra de facções em Caucaia deixa 14 mortos em duas semanas e bandidos estão com armas de guerra

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Guerra de facções em Caucaia deixa 14 mortos em duas semanas e bandidos estão com armas de guerra

Fuzis de vários calibres estão em poder dos “soldados” das facções em guerra em Caucaia 

Uma comunidade inteira do Município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), virou refém de uma guerra particular entre duas facções criminosas que disputam o território do tráfico de drogas. Trata-se do Conjunto Metropolitano, conhecido por Picuí. Ali, os grupos armados estão em choque há, pelo menos, duas semanas, deixando nas ruas um rastro de sangue e morte. E o pior: os “soldados” das duas facções – Comando Vermelho e GDE – dispõem de armas de grosso calibre e até de guerra. São fuzis e submetralhadoras.

A guerra iniciada há cerca de dois anos, ganhou mais força há duas semanas, quando o homem que era tido como chefe do tráfico no Picuí e outros bairros de Caucaia, como o Conjunto Araturi, teria “rasgado a camisa”, isto é, mudado para a facção inimiga.

A morte do traficante Robério Santos Menezes, o “Escobar, na tarde do último dia 12, elevou a temperatura da violência em Caucaia. O traficante foi alvo de uma tocaia quando estava bem distante dali. O crime aconteceu na Rua Três Corações, no bairro Granja Lisboa, no “Território da Paz”, no Grande Bom Jardim. “Escobar” foi perseguido e executado sumariamente com vários tiros de pistola à queima-roupa, por um matador à serviço do também traficante Francisco Glaílson Ferreira Diógenes.

“Escobar” e Glaíson foram durante muito tempo parceiros do tráfico. Os dois comandavam o tráfico em Caucaia em nome do CV (Comando Vermelho). “Escobar”, por sua vez, representava a facção naquele Município desde a prisão de seu irmão, o narcotrafiante Adriano Soares Menezes, o “Vô”, atualmente cumprindo pena em regime diferenciado no Presídio Federal de Segurança Máxima de Catanduvas, no Paraná (PR).

A morte de “Escobar” fazia parte dos planos de Glaíson de se tornar o chefão do tráfico naquela cidade metropolitana, dominando vários bairros e comunidades de Caucaia como os conjuntos residenciais Araturi, Metropolitano (Picui), Potira e até mesmo o Centro da cidade.

Com a guerra declarada entre as duas facções, a GDE matou “Escobar”, o chefão do CV, e dominou os bairros Picuí, Cigana e Araturi, enquanto o Comando Vermelho ainda mantém resistência no Distrito de Jurema e na Esplanada do Araturi.

Armas da pesada e mortes

Em áudios captados na semana passada, policiais de Inteligência copiaram diálogos de bandidos que falam da situação em Caucaia e descobriram que as duas facções receberam, recentemente, ajuda externa para dar continuidade à guerra. A ajuda é de logística. Armas e munições estão sendo recebidas pelos “soldados” das duas facções para um possível confronto direto entre os dois grupos. A matança promete continuar.

Num dos áudios, um bandido fala que o narcotraficante “Vô” (preso no Paraná) teria ordenado a facação Comando Vermelho no Ceará a fornecer armas de grosso calibre aos “irmãos” de Caucaia. Nos últimos dias, o bando teria recebido o seguinte arsenal: 10 “bicos” (fuzis), oito “macaquinhas” (submetralhadoras) e 20 “ferros (pistolas), além de muita munição.

Após o assassinato de “Escobar”, uma sequência de assassinatos vem sendo registrada em Caucaia, coincidentemente ou não, exatamente nos bairros onde antes ele dominava o tráfico de drogas. Entre os dias 12 (data da morte do traficante) e 26, foram 14 pessoas executadas sumariamente nos bairros Araturi, Metropolitano (Picuí), Grilo, Mirambé, Açude, Padre Júlio Maria, Mestre Antônio e no Centro de Caucaia.

As duas facções prometem novos embates e na tarde desta segunda-feira (26), seis pessoas de uma mesma família foram baleadas dentro de um bar. A tentativa de chacina aconteceu teve como palco o bairro que é disputado pelas facções, o Picuí.

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