Ações acontecem também em outros estados do país.
A BR-222 amanheceu paralisada por protestos na manhã desta quarta-feira, dia 07. Um grupo de índios da tribo Tapebas bloqueou a rodovia na altura do km 07, no município de Caucaia. Os indígenas protestam contra a proposta de municipalização dos serviços de saúde a categoria.
O trânsito ficou completamente engarrafado nas proximidades. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF-CE), todas as faixas da via foram bloqueadas às 8h50 e o tráfego só foi parcialmente liberado às 9h15, quando uma faixa foi liberada no sentido interior – Fortaleza.
Cerca de 1.500 indígenas participam do protesto. A informação é que a manifestação dure até as 12h.
Paralisações também acontecem em outras cidades
Em Pernambuco, índios bloquearam os dois sentidos de rodovias do Agreste e Sertão de Pernambuco também na manhã desta quarta-feira.
A mobilização acontece desde às 8h30 nas rodovias BR-423, em Águas Belas; BR-110, em Ibimirim; e BR-232, em Pesqueira e São José do Belmonte. Os manifestantes atearam fogo em pneus para bloquear o trânsito nas rodovias e carregam cartazes com frases como “Prioridade à saúde indígena” e “Nenhum direito a menos”.
Já na última terça-feira, um grupo de índios fizeram manifestação na sede do Ministério da Saúde em Curitiba. Segundo membros da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), cerca de 200 índios participam da mobilização na sede do ministério, no Centro da cidade.
O que diz o Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou uma nota em que afirma que eventuais mudanças de ações de vigilância e assistência à saúde aos povos indígenas ainda estão sendo discutidas.
Ainda segundo o ministério, não existe medida provisória do Governo Federal que municipalize os serviços de saúde de indígenas ou modifica a política indigenista. Veja a nota completa abaixo.
Nota do Ministério da Saúde
“O Ministério da Saúde esclarece que a realização de ações na Atenção à Saúde Indígena desenvolvidas pela Secretaria Especial de Saúde indígena (SESAI) é uma das atribuições da pasta e que as eventuais mudanças no desenvolvimento dessas ações de vigilância e assistência à saúde aos povos indígenas ainda estão sendo objeto de análise e discussão.
É importante deixar claro que não existe, no momento, medida provisória do governo federal que modifica a política indigenista do país e municipaliza os serviços de saúde de indígenas.
Cabe ressaltar que não haverá descontinuidade das ações. Para isso, o Ministério tem se pautado pela garantia da continuidade das ações básicas de saúde, a melhoria dos processos de trabalho para aprimorar o atendimento diferenciado à população indígena, sempre considerando as complexidades culturais e epidemiológicas, a organização territorial e social, bem como as práticas tradicionais e medicinais alternativas a medicina ocidental.”
*Contém elementos de G1 e O Povo
Texto: Thomas Pacheco
Foto: Whatsapp O Povo
