Home Notícias Sexto acusado pela morte da travesti Dandara dos Santos recebe pena de 16 anos de prisão

Sexto acusado pela morte da travesti Dandara dos Santos recebe pena de 16 anos de prisão

0
Sexto acusado pela morte da travesti Dandara dos Santos recebe pena de 16 anos de prisão

O julgamento aconteceu nesta terça-feira (23), em Fortaleza.

Júlio César Braga da Costa foi condenado a 16 anos de reclusão em julgamento realizado nesta terça-feira (23), no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. Ele é o sexto acusado pela morte da travesti Dandara dos Santos, que ocorreu em 15 de fevereiro de 2017.

O júri decidiu pela culpa de Júlio César por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Foram acolhidas todas as qualificadoras impostas pela denúncia feita pelo Ministério Público. Ele foi absolvido pelo crime de corrupção de menores.

A pena será cumprida inicialmente em regime fechado. A Defesa tem prazo legal de cinco dias para recorrer.

Caso
Dandara dos Santos, 42 anos, travesti espancada e morta em Fortaleza — Foto: Reprodução
Dandara dos Santos, 42 anos, travesti espancada e morta em Fortaleza — Foto: Reprodução

Dandara, então com 42 anos, foi morta no dia 15 de fevereiro de 2017, no Bairro Bom Jardim, espancada e baleada. Os assassinos gravaram um vídeo que circulou nas redes sociais mostrando o ataque à travesti. Ela levou chutes, pauladas e foi transportada em um carrinho de mão a outro ponto da via onde recebeu tiros.

Durante o julgamento, Júlio César confessou ter participado do linchamento de Dandara. “Cheguei e me deparei com o acontecimento. Nunca tinha visto a vítima. A população disse que Dandara tava roubando nas proximidades. Fiquei olhando, não me aguentei e participei do linchamento. Dei dois chutes. Fui até a esquina e depois fui para a minha casa”, relatou.

O promotor Marcus Renan Palácio, do Ministério Público do Ceará (MPCE), afirma que Júlio César deu dois chutes na cabeça de Dandara e a pegou pelos pés para jogar em cima do carrinho de mão. Para o representante da acusação, as agressões são suficientes para condenar o réu por homicídio.

“A participação do Júlio César não se apresenta divorciada do comportamento dos agentes que cometeram esse crime. O Ministério Público não tem a menor dúvida de que ele será igualmente condenado, a exemplo dos outros cinco já julgados, em abril passado”, afirmou o promotor.

Já a defesa do réu, representada pelo advogado Sérgio Ângelo, alega que o cliente não participou do assassinato e deveria ser condenado por lesão corporal gravíssima, o que reduziria a pena máxima de 30 para 8 anos. “A tese da defesa é negativa de autoria. Como mostra o laudo médico, a morte foi em decorrência do disparo de arma de fogo”, justifica o advogado.

Outros condenados

Os cinco outros réus condenados totalizaram 83 anos de prisão, se somadas as penas. Francisco José Monteiro de Oliveira Júnior, o ‘Chupa Cabra’, foi punido com 21 anos de reclusão; Jean Victor Silva Oliveira e Francisco Gabriel Campos dos Reis, o ‘Didi’ ou ‘Gigia’, com 16 anos; Rafael Alves da Silva Paiva, o ‘Buiú’, com 15 anos; e Isaías da Silva Camurça, o ‘Zazá’, com 14 anos. Quatro adolescentes foram apreendidos por participação no assassinato da travesti e cumprem medidas socioeducativas, determinadas por uma Vara da Infância e da Juventude.

Entretanto, dois denunciados pelo crime não foram localizados pela polícia durante um ano e oito meses de investigação pela Polícia Civil: Francisco Wellinton Teles e Jonathan Wiliam Souza Silva. A liberdade da dupla revolta a mãe da vítima. “Ainda não foi feita Justiça”, considera Francisca.

“O Ministério Público se ressente que a Polícia do Ceará ainda não tenha tido condições de capturar esses dois acusados. Penso eu, pelas condições econômicas, financeiras, e sociais deles, que permanecem no Interior do Ceará ou na Região Metropolitana de Fortaleza”, lamenta o promotor Marcus Renan.

Fonte: Por Ranniery Melo, G1 CE

 

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here