Foragido há seis dias, suspeito de matar Danielle Oliveira invadiu uma residência na noite da terça-feira (30), se alimentou e roubou uma motocicleta para seguir em fuga
A universitária Danielle Oliveira Silva, morta em Pedra Branca, foi vítima de estupro e sofreu um tiro na cabeça, de acordo com a Perícia Forense. As informações foram confirmadas nesta quarta-feira (1º) por uma fonte do G1. Procurado desde o dia do crime, o suspeito de matar a jovem, um homem conhecido como “Zé do Valério”, invadiu uma residência na noite da terça-feira (30), conseguiu comida e roubou uma moto, segundo informaram moradores do local à polícia.
Danielle, de 20 anos, foi encontrada em um sítio vizinho ao da sua família, na localidade de São Gonçalo, despida e com ferimento no olho esquerdo, no último dia 25 de abril. Ela estava desaparecida desde a noite do dia 24. O suspeito “Zé do Valério” havia trabalhado no sítio da família, onde a universitária estava antes de sumir, prestando serviços como vaqueiro e amansando animais.
Identificado pela polícia como José Pereira da Costa, “Zé do Valério” foi apontado pela própria família de Danielle como suspeito. A Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra ele no dia em que o corpo da jovem foi encontrado.
Na noite desta terça, ele invadiu uma casa na localidade de São Joaquim, em Senador Pompeu, pediu comida e depois roubou uma motocicleta da residência para fugir. Os moradores procuraram a polícia em seguida. Segundo informações repassadas à polícia, o suspeito estava armado.
‘Não somos objeto de homem’, diz mãe
‘Não somos objeto de homem’, diz mãe de Danielle, universitária encontrada morta no Ceará
Em vídeo, a mãe de Danielle, Joelma Oliveira, diz emocionada que o homem se fazia de “coitadinho” e “bonzinho”.
“Peço justiça pela vida da minha filha que se foi covardemente por uma pessoa que nós acolhemos na nossa casa, que muitas vezes nós deixamos de comer a “mistura” [proteína] pra dar pra ele porque ele se fingia de coitadinho, de bonzinho. Naquele sítio a gente precisava de ajuda. Tudo que ela pedia ele fazia com carinho, então a gente tratava ele bem. E ele destruiu as nossas vidas”, lamenta a mãe.
“A vida da minha filha eu não vou ter mais nos meus braços. Aquele carinho, aquele amor, que dizia que me amava todos os dias… mas tem as nossas vidas, são as vidas das mulheres. Nós temos que mostrar que nós não somos objeto de homem pra fazer a vontade deles”, diz Joelma.
Equipes das polícias civil e militar dos municípios de Pedra Branca, Senador Pompeu, Quixeramobim e Boa Viagem estão mobilizadas nas buscas pelo homem.
O Comando Tático Rural (Cotar) e um helicóptero da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) dão reforço às buscas.
Universitária Danielle Oliveira Silva foi encontrada morta, despida, nas proximidades do sítio da família, em Pedra Branca — Foto: Arquivo Pessoal
Homicídio em Tauá
“Zé do Valério” já é foragido da Justiça por suspeita de outro assassinato, ocorrido em 2013 em Tauá. Desta vez, a vítima foi a comerciante Maria Solange Cezário, 39. O crime ocorreu próximo ao Açude Quebrado, ao lado da BR-020, a pouco mais de 10km do Centro da cidade.
Naquela região o homem se apresentava como “Zé da Foice”, e também tentou matar o marido da comerciante.
Moradores de Pedra Branca realizam caminhada pela paz e pedem justiça para vítimas de feminicídio — Foto: Alex Pimentel/ Sistema Verdes Mares
Caminhada pela paz
Familiares, amigos de Danielle e populares de Pedra Branca se reuniram para uma caminhada pela paz, em homenagem à universitária e outras vítimas de feminicídio, nesta quarta (1º). Eles seguraram cartazes exibindo estatísticas de feminicídio pelo país, nomes e fotos de vítimas do crime.
O marido de uma das vítimas de “Zé do Valério”, a comerciante Maria Solange Cezário, compareceu à manifestação.
Ao fim da caminhada, estava previsto um ato em frente à prefeitura do município.
Fonte: G1 CE