O antigo Centro de Especialidades Médicas José de Alencar (Cemja) pertence à Secretaria Municipal da Saúde, mas está em processo de transferência de posse para a Superintendência do Patrimônio da União

A construção que se destaca na extremidade da Praça José de Alencar já foi considerada a maior policlínica da Capital. Identificado na própria fachada em letras garrafais, o antigo Centro de Especialidades Médicas José de Alencar (Cemja), hoje, só pode ser comparado ao cenário realista de algum filme de terror. Os serviços no Centro foram redirecionados para outras unidades de saúde em janeiro de 2014, para que o local passasse por uma reforma.

Mais de cinco anos depois, o prédio continua fechado, com um aspecto já distante de qualquer ambiente para tratamento de saúde. Pelo contrário: a poeira acumulada no chão, teto e paredes, misturada às penas soltas e carcaças de pombos espalhadas nas escadas somam possíveis causas para diferentes tipos de doenças.

A administração do Cemja era de responsabilidade da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Questionada sobre a unidade, a Pasta informou que o prédio agora pertence à União. A Superintendência do Patrimônio da União (SPU), por sua vez, declarou que o imóvel mencionado se encontra sob gestão da Prefeitura de Fortaleza, que já se manifestou junto à SPU no Estado do Ceará pela transferência para a União. “Assim que for formalizada a posse, a União avaliará as condições do prédio e a sua destinação, sendo possível a venda do imóvel para o setor privado”, afirma.

Cuidado

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura para saber se a gestão municipal ainda responde pelo Cemja, mas não obteve resposta. Dentro do prédio, cada degrau subido faz pesar o ar, dificultando a respiração pelo excesso de poeira e mofo. Nenhuma das paredes escapou das rachaduras ou manchas do tempo.

Caminhar pelos corredores requer cuidado, uma vez que os pés dividem espaço no chão com caixas de papelão, papéis de formulários, embalagens de medicamentos, tubos de laboratório, sacolas e garrafas plásticas.

Através das janelas quebradas, é possível enxergar as manchas de ferrugem que cobrem partes da escada de incêndio, com a tinta vermelha já descascada. Se não fosse pelos ruídos do trânsito e dos diálogos incessantes na calçada, do lado de fora, o silêncio reinaria pelos corredores. Com o direcionamento de serviços, em 2014, os atendimentos clínicos de oftalmologia e otorrinolaringologia foram encaminhados para o Hospital Geral da Polícia Militar José Martiniano de Alencar.

Floresta

As demais especialidades, como dermatologia, cardiologia, endocrinologia, geriatria e outras, passaram a funcionar no Posto de Saúde Carlos Ribeiro, assim como os atendimentos de Fisioterapia e Nutrição. Os serviços de diagnóstico por imagem passaram para o Posto de Saúde Floresta.

Fonte: Diário do Nordeste

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