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Velocidade de movimentação de talude da Vale em Barão de Cocais diminui, mas continua acima de 40 cm por dia

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Velocidade de movimentação de talude da Vale em Barão de Cocais diminui, mas continua acima de 40 cm por dia

A velocidade de movimentação da porção inferior do talude norte, da Mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, diminuiu para 41.7 cm por dia. A informação foi divulgada, nesta segunda-feira (3), pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Neste domingo (2), o deslocamento era de cerca de 42 cm por dia pela manhã e 44 cm no início da noite.

De acordo com a ANM, este dado de deslocamento do talude se refere apenas a velocidade deste movimento e não representa mudança no status de alerta em relação a um possível rompimento. A Vale foi procurada pela reportagem, mas não se posicionou sobre a redução da velocidade.

Na última sexta-feira (31), uma porção do talude se desprendeu e se acomodou no fundo da cava da mina. De acordo com a Defesa Civil do estado, o fragmento tinha cerca de 600 m². Segundo o major Marcos Afonso Pereira, considerando a dimensão do talude, isso representa menos que 1% da área.

A Vale informou que a Barragem Sul Superior, a 1,5 km do talude, não foi afetada pela queda da porção do paredão e que “as primeiras avaliações indicam que o material está deslizando de forma gradual, o que até o momento corrobora as estimativas de que o desprendimento do talude deverá ocorrer sem maiores consequências”.

A princípio, a mineradora, a Defesa Civil e a ANM temiam que a constante movimentação do talude provocasse a sua queda de forma brusca. Em um cenário mais grave, a vibração do colapso poderia causar o rompimento da Barragem Sul Superior, que está em nível máximo de alerta desde março.

Esta barragem foi construída pelo método de “alteamento a montante”, o mesmo usado nas barragens que se romperam em Brumadinho e em Mariana.

Saiba quais são os riscos em caso de rompimento do talude da Mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais  — Foto: Roberta Jaworski/G1

Saiba quais são os riscos em caso de rompimento do talude da Mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais — Foto: Roberta Jaworski/G1

Movimentação do talude

Talude norte em Barão de Cocais está deslizando de forma gradual, sem maiores consequências, segundo a mineradora. — Foto: Reprodução/TV Globo

Talude norte em Barão de Cocais está deslizando de forma gradual, sem maiores consequências, segundo a mineradora. — Foto: Reprodução/TV Globo

A movimentação do talude foi identificada em 2012 e, até os últimos meses, ela era de 10 cm por ano. Em um documento enviado ao Ministério Público de Minas Gerais pela Vale, a engenheira geotécnica Rafaela Baldi explica por que o talude está se movimentando. “É comum que parte do talude que fica mais no alto se desprenda. O talude está ‘pelado’, foi escavado e está solto, lá em cima. Com as vibrações típicas da atividade minerária, esta estrutura vai se desestabilizando e pode cair sobre a cava. Mas, pelo alerta feito, deve ter um problema geológico na área a ser considerado”, concluiu.

Em nota, a Vale informou que “adotou todas as medidas preventivas em Barão de Cocais, desde o dia 8 de fevereiro, com o objetivo de assegurar a segurança dos moradores da região”. A mineradora afirmou também que “tanto o talude da mina de Gongo Soco como a Barragem Sul Superior estão sendo monitorados 24 horas por dia e as previsões sobre deslocamento de parte do talude, revistas diariamente”.

Moradores

Quase 500 moradores da área mais próxima da mina, chamada de zona de autossalvamento, estão fora de casa desde fevereiroAos poucos, eles tentam retomar a rotina. As mais de 6 mil pessoas que vivem na zona secundária de segurança, a cerca de 15 km do talude, só devem deixar suas casas se a barragem se romper.

O volume da Sul Superior é de cerca de 6 milhões de m³, quase a metade da Barragem do Córrego do Feijão que se rompeu em Brumadinho no dia 25 de janeiro e matou 245 pessoas. A lama de rejeitos da barragem em Barão de Cocais demoraria 1h12 para chegar até a zona secundária.

A população da cidade fez dois simulados de emergência. Em caso de queda da barragem, alarmes serão disparados e carros de som vão orientar as pessoas a sair de casa. Nesta hipótese, de acordo com a Defesa Civil, moradores devem seguir para pontos de encontro determinados (veja no mapa abaixo).

Veja áreas que podem ser atingidas e onde população pode se refugiar em caso de rompimento de barragem em Barão de Cocais — Foto: Arte: Juliane Monteiro e Diana Yukari/G1

Veja áreas que podem ser atingidas e onde população pode se refugiar em caso de rompimento de barragem em Barão de Cocais — Foto: Arte: Juliane Monteiro e Diana Yukari/G1

Fonte: G1 Minas

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