A vítima ficava trancada em residência de professora, em Juazeiro do Norte, e submetida a situações de humilhação, segundo o MPF.
O Ministério Público Federal denunciou três pessoas pelo caso da venezuelana mantida em cárcere privado, em situação análoga à escravidão, no Ceará. Entre elas, uma professora de Juazeiro do Norte, presa pelo crime.
O caso veio à tona depois de a vítima conseguir fugir da casa da professora, onde era mantida trancada e obrigada a fazer serviços domésticos sem receber remuneração, e pedir ajuda ao Ministério Público. A venezuelana estava há três meses na situação. A denúncia do MPF revela que a mulher era proibida, inclusive, de usar o banheiro da casa.
Segundo a denúncia, a venezuelana veio ao Ceará em busca de emprego e foi acolhida por uma ONG. Uma das denunciadas procurou a entidade oferecendo trabalho para a mulher. Foi assinado um Termo de Aceitação de Proposta entre a vítima e a denunciada, definindo a prestação de serviços domésticos na cidade de Russas, com remuneração de R$ 954 mensais. No entanto, a venezuelana nunca recebeu pelos serviços e, além disso, era submetida a situações de humilhação, segundo o MPF.
Situação de humilhação
A mulher não tinha permissão para usar o banheiro da casa onde foi mantida em cárcere privado, não tinha direito a todas as refeições do dia e fazia as necessidades fisiológicas na chácara de uma das denunciadas, onde também trabalhava sem receber salário.
Na residência da professora, ela não tinha acesso a telefone, internet ou qualquer outro meio de comunicação, inclusive contato externo. A vítima dormia numa rede em uma biblioteca que servia de quarto, mas seus pertences eram guardados em sacolas e mochilas dispostos em um corredor da casa.
Fonte: G1 CE