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Violência: Escola suspende aula após ataque criminoso

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Violência: Escola suspende aula após ataque criminoso

“O vigia viu eles entrando e chamou atenção. Aí eles perguntaram se o vigia queria morrer”.

A violência presente nas ruas do Ceará se estende e chega aos prédios públicos considerados, historicamente, como ambientes seguros. Desde a última quinta-feira (17), a Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental (Emeif) João Germano da Ponte Neto, localizada na Rua Maiza, bairro Conjunto Palmeiras, periferia de Fortaleza, está fechada com aulas suspensas.

A decisão dos servidores que trabalham na instituição pública de ensino foi tomada logo após uma invasão e assalto à mão armada. Conforme um docente desta Emeif, por volta das 15h da quinta-feira (17), quatro criminosos entraram com armas de fogo na escola, ameaçaram matar o vigilante e deram início a um roubo coletivo.

“O vigia viu eles entrando e chamou atenção. Aí eles perguntaram se o vigia queria morrer. Estávamos dando aula e tinha uns cinco professores reunidos em planejamento. Havia alunos do infantil ao 5º ano tendo aula em doze salas. Eles entraram na sala dos professores e na diretoria. Depois que roubaram saíram pelo portão com as sacolas cheias”, disse um dos professores, sem se identificar.

De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O) registrado por uma das vítimas no 30º DP (São Cristóvão), a quadrilha roubou dez aparelhos telefônicos, um notebook e um data show. A Polícia Civil adianta que todos os envolvidos são menores de idade. Um dos adolescentes infratores seria ex-aluno da escola.

Quadrilha

As paredes externas da Instituição mostram que o território é dominado pela facção Guardiões do Estado (GDE). De início, a investigação aponta a probabilidade de os infratores serem integrantes desta organização criminosa. Conforme informações obtidas no 30º DP, os responsáveis pelo roubo na escola foram expulsos do bairro pelos líderes do tráfico que não concordaram com a ação.

Um dos servidores do colégio lembra que após o assalto, em tom de ameaça, um homem prometeu que os responsáveis seriam localizados. “Ele disse que iam dar um jeito neles porque na escola eles não podiam ter entrado. Ainda disse que esses objetos iam reaparecer em breve”, contou o docente.

Segundo a titular do 30º DP, Teresa Cruz, duas vítimas estiveram na Delegacia prestando queixa: “A diretora contou que eles não entraram nas salas de aula. O vigilante também nos procurou e registrou a ameaça. Ele é terceirizado e pediu transferência. Quando os infratores forem qualificados (identificados) saberemos com certeza ou não se são da facção GDE”, disse a delegada Teresa Cruz.

O inspetor Jorge Fontenelle lembrou que, em depoimento, a diretora do Colégio afirmou que os professores prometeram manter a suspensão das aulas enquanto não houver segurança armada na Emeif. “Lá também não tem câmera de segurança que possamos analisar as imagens. A diretora disse ainda que esse bando ainda ameaçou voltar”, complementou o inspetor.

Moradora do Conjunto Palmeiras, a dona de casa Eliane Pereira Silva tem um filho de nove anos de idade que estuda no equipamento assaltado. Segundo Eliane, o informe que a escola estaria fechada veio por meio dos vizinhos.
“Só soube que não ia ter aula porque tinha acontecido um assalto. Aqui, ali, acontece isso. Sei que param as aulas para evitar coisa pior, mas sei que se ficar muito tempo assim vai prejudicar a educação do meu filho”, opinou a dona de casa.

Ainda conforme um servidor da João Germano da Ponte Neto, meses atrás, a escola já havia sido assaltada. Em um sábado, criminosos não identificados pularam o muro e roubaram utensílios da cozinha e parte da merenda destinada aos estudantes.

A delegada Tereza Cruz ressaltou que roubos dentro de escolas ainda são subnotificados. Segundo a titular do 30º DP, as ocorrências costumam existir, mas, por muitas vezes as vítimas conhecerem os criminosos, elas optam por não denunciar.

Em nota, a Secretaria Municipal da Educação (SME) comunicou que a escola possui posto de vigilância 24 horas e que irá apoiar as investigações da Polícia Civil para apurar o caso. Questionada sobre uma possível mudança no calendário escolar em consequência da suspensão, a Pasta não se pronunciou até o fechamento desta edição.

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