Levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito mostra ainda que pelo menos 29% dos jovens arcam com apenas uma parte das despesas, sem serem os principais responsáveis.

ec4cc24d-29bc-486c-beb6-000af48e4d84A geração Y realmente ganha destaque no quesito gerir o próprio dinheiro. Além disso, o sustento de casa também é prioridade para os jovens entre 18 e 30 anos. É o que revela a pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que apurou que oito em cada 10 jovens brasileiros contribuem financeiramente para o sustento da casa (82%).

De acordo com o levantamento, 29% arcam apenas com uma parte sem ser os principais responsáveis, enquanto 27% dizem que são os principais responsáveis pelas despesas. Já os que não ajudam somam 18%, sendo que 11% dizem que além de não possuírem qualquer responsabilidade sobre as despesas, têm as contas pagas pelos pais por falta de renda, com destaque aos com idade entre 18 a 24 anos (16%).

A porcentagem elevada entre os que arcam com total ou parte da despesa mostram que a geração tem se saído bem ao contribuir com a gestão financeira da família. Por estarem em idade produtiva, muitas vezes os jovens se debruçam em mais de um afazer.

A pesquisa ainda aponta que 51% dos jovens moram com os pais, 38% com companheiro ou cônjuge e 4% vivem sozinhos. Do total de jovens entrevistados, 46% estão solteiros, 26% são casados, 23% namoram e 10% “moram junto”.

Os dados ainda revelam estatísticas sobre o tipo de trabalho dos jovens. A maioria de 44% tem o trabalho com carteira assinada como fonte de renda. Cerca de 25% dos jovens disseram trabalhar informalmente, fazer bicos ou atuar como freelancers para se manter e 10% fazem estágio. Aqueles que recebem ajuda financeira dos pais somam 10% e os que não possuem renda são 8%.

Jovens tomam lugar de protagonismo dentro do orçamento das famílias

Desde muito cedo saber gerir o próprio dinheiro é uma lição que contribui para preparar as presentes e novas gerações para terem uma relação saudável com a gestão de suas finanças. E, ao que parece, uma geração tem se destacado muito bem nessa missão. A Geração Y, formada por pessoas que têm entre 18 e 31 anos, tem uma poupança em média 50% maior do que a sua geração anterior.

A estimativa é baseada em um estudo feito nos Estados Unidos pelo banco Wells Fargo e os números não se distanciam do que parece acontecer na vida real de milhões de jovens brasileiros. Com autonomia e responsabilidade de gestão dos próprios recursos desde cedo, a Geração Y se destaca ocupando cargos de trabalho cada vez mais cedo e espaço no orçamento familiar.

É o caso da jovem Lorena Noleto, que desde muito cedo entende a responsabilidade de lidar com os próprios recursos. Hoje, aos 25 anos, ela e o irmão moram sozinhos e dividem a missão de garantir grande par te das necessidades básicas de casa.


Lorena Noleto aprendeu cedo como gerenciar recursos próprios (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

“Desde muito criança tive noção de economia, porque via meus pais aperreados com contas e observando aquilo e ficava inquieta com a situação. Por isso, sempre fui uma criança que juntava dinheiro no porquinho e não queria gastar o que não tinha”, relembra.

Hoje, a mãe da jovem, que mora fora do país, garante recursos para custear apenas as contas de água e luz da casa onde moram os filhos, mas todo o resto é de responsabilidade dos dois jovens.

Lorena explica como equilibrar o orçamento. “Tenho controle dos meus gastos, o que posso comprar, o que tenho que deixar de comprar, uma grande preocupação é que eu não deixo atrasar nenhuma conta e tento gastar cada vez menos. Eu acredito que o que faço não é uma coisa tão rígida, mas é necessária”, avalia.

A responsabilidade que tem hoje em lidar com a gestão financeira de casa foi amadu recida ao longo dos anos. O primeiro trabalho da jovem foi aos 13, ajudando o pai em seu serviço, e a independência em quitar as mensalidades do colégio, resolver burocracias pessoais, e saber “se virar” sozinha sempre foi uma constante dentro da família.

Hoje, a jovem se divide entre estudar curso de teatro, se prepara na formação de um curso de massagista e trabalha como autônoma na pintura de camisetas, renda que a oportuniza bancar todas as suas necessidades.

Por:  Jornal O Dia

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