E a cena fica ainda mais bonita quando as condições da operação fazem com que a partida do avião ocorra de forma muito rápida, saindo do chão em uma curta distância, como se algo tivesse feito todas as toneladas simplesmente flutuarem no ar.
Enormes aviões comerciais decolando sempre protagonizam um evento bonito de se ver. Não apenas os apaixonados por aviação, mas até mesmo pessoas sem muito interesse pelos jatos acabam parando para observar a cena de uma grande máquina deixando o solo suavemente com todo o seu peso e tamanho.
E a cena fica ainda mais bonita quando as condições da operação fazem com que a partida do avião ocorra de forma muito rápida, saindo do chão em uma curta distância, como se algo tivesse feito todas as toneladas simplesmente flutuarem no ar.
É exatamente uma situação assim que trazemos hoje aqui. Apesar de já bastante conhecido na internet, o vídeo sempre volta a aparecer nas redes sociais por conta de sua beleza. Trata-se de uma gravação da decolagem de um Boeing 747-400F, o cargueiro de matrícula OO-THD operado na época pela Emirates SkyCargo.
O Jumbo acelera por cerca de curtos 600 metros até começar a levantar seu nariz, e instantes depois, mais alguns poucos metros à frente, já está completamente fora do solo. Veja a seguir o vídeo e, abaixo dele, entenda como é possível uma aeronave tão grande e pesada ganhar o céu tão rapidamente.https://www.youtube.com/embed/kfCcO6PoWI8
Decolando curto
Mas, afinal, como é possível sair do chão tão rápido um avião que normalmente precisa de uma grande distância para conseguir decolar?
Bem, na verdade, são dois fatores principais envolvidos nessa decolagem. Um deles é a condição da aeronave, enquanto o outro é a condição climática. Entenda a seguir.
Primeiramente, sobre a aeronave, o autor do vídeo informa na descrição que se tratava de um voo bastante rápido, de 120 milhas (193 quilômetros) entre Düsseldorf e Frankfurt, ambas na Alemanha, e sem carga sendo transportada a bordo.
Logo, naturalmente, um avião mais leve precisará de menos distância para conseguir atingir a velocidade necessária para gerar a sustentação que elevará todo seu peso ao ar. Mas um Boeing 747 vazio por si só talvez não conseguisse partir com uma corrida de pista tão curta. Entra aí o segundo fator, a condição climática.
Note no vídeo que há um vento bastante forte, perceptível pelo barulho no microfone da câmera. É ele que acrescenta uma dose extra de sustentação na aerodinâmica do voo.
Uma aeronave voa porque o ar que passa pelas asas em alta velocidade faz com que exista uma alta pressão na parte de baixo delas e uma baixa pressão na parte de cima. Essa diferença surge da própria forma com que a asa é construída. Assim, o ar em alta pressão da parte de baixo empurra as asas e o avião para cima ao tentar ocupar o lugar de baixa pressão da parte de cima.
A consequência desse princípio aerodinâmico é que um avião só precisa ter ar passando por suas asas para sair do chão. Ele não precisar estar correndo em relação ao solo, mas apenas em relação ao ar. Logo, quando há muito vento vindo de frente, é como se as asas já estivessem começando a voar com o avião ainda parado e, assim, o jato precisa atingir uma velocidade menor de corrida de pista para chegar à velocidade total que o faz decolar em relação ao ar.
Não é possível saber se essa decolagem do Boeing 747-400F da Emirates SkyCargo foi a mais curta do mundo, pois é possível encontrar alguns outros vídeos de Jumbos vazios decolando também em distâncias curtas. Mas, sem dúvidas, é uma das mais curtas já feitas e, o mais importante, muito bonita de se ver.