O tradicional equipamento já enfrentava o abandono há alguns anos, não atendendo mais à comunidade de Amontada.
Outrora, palco de grandes acontecimentos sociais da cidade, o tradicional Clube Social de Amontada (CSA), agora literalmente faz parte do passado da comunidade. Enfrentando anos de total abandono em função de brigas judicias, o “ícone social” da cidade, teve neste início de semana seu desfecho fatal e, hoje não passa de um monte de escombros e um mero pontinho na memória do povo amontadense.
Isso, porque, nesta segunda-feira, uma máquina contratada pela família que requereu na justiça, a posse do equipamento, pôs literalmente abaixo o que ainda restava do tradicional clube. Moradores e admiradores ficaram chocados quando presenciaram as dantescas cenas de destruição do sexagenário clube.
” Foi como se estivessem arrancando um pedaço do meu corpo, quando vi algumas publicações pelas Redes Sociais, aquela cena de uma máquina derrubando tudo. Pois ali vivi muitos bons momentos da minha vida, durante minha juventude. Jamais esquecerei das festas e tertúlias que frequentei naquele espaço social de minha cidade”. Afirmou à reportagem o amontadense e hoje morador em Fortaleza, José Arnaldo dos Santos.
Patrimônio Histórico
Tornado Patrimônio Histórico, Social e Cultural, pela prefeitura de Amontada, no ano de 2010 e, portanto, não podendo ter o destino que selou seu fim, mesmo assim as partes em litígio não foram capazes de entrar em um acordo e livra-lo da destruição.
Abaixo, a Lei Municipal promulgada pelo então prefeito de Amontada Edivaldo de Jesus.
Do apogeu ao triste fim
Idealizado em 1959 e concluído em 1960, por ilustres amontadenses como; Sr. Francisco Nunes, sua filha Vilany Nunes, José Agenor, Ribamar Eufrásio, senhora Zezinha, esposa de Jaime Henrique, dentre outras figuras ilustres da época, conforme relata o professor e historiador Valdionor Rodrigues em um vídeo, o tradicional e por muitos anos o único clube da cidade, transformou-se no maior ícone social do município. Veja vídeo abaixo!
Lá por muitas décadas foram realizados os grandes eventos da cidade. Escolhas de rainhas, festas de colação de grau, casamentos, encontros políticos, bailes que marcaram a vida de todos que viveram aqueles áureos tempos. Porém, isso não foi o suficiente para o declínio do CSA. Já sofrendo com as “pendengas judiciais”, seus sócios e dirigentes foram deixando-o para trás. Era o início do fim de um apogeu absoluto na vida social dos amontadenses.
Eventos no local foram tornando-se raros, suas dependências físicas com o tempo foram desgastando-se e começando literalmente seu declínio resultando com sua demolição nesta segunda-feira.
Entenda o caso
Segundo informações do professor Valdionor Rodrigues, toda situação, é o resultado de uma “disputa judicial”, entre os sócios e os herdeiros da família do amontadense ilustre José Antônio dos Santos. (Antônio Belo). Ainda de acordo com o professor, o terreno teria sido doado para a construção do equipamento e, hoje, seus herdeiros não reconhecendo a doação, entraram na justiça e ganharam a causa.
Ouvindo o outro lado
Praticando a imparcialidade jornalística e a imparcialidade que a situação requer, fomos ouvir os herdeiros da família Belo. Em contato com o Sr. Helano Evans, obtivemos a seguinte resposta; ” O terreno onde ficava o clube sempre foi dos herdeiros. A família está totalmente amparada pela justiça e com todos os documentos que comprovam isso“. Embora não nos tenha apresentado qualquer documento.
Veja o vídeo do professor Valdionor Rodrigues!
O fato é que, o que outrora foi palco de grandes festas, com apresentações de grandes conjuntos musicais (hoje bandas), um grande palco se desfaz e uma cortina se fecha para sempre, ficando somente a memória (de quem tem), de bons tempos que não voltam mais
Da redação… Carlos Kté Santos
