Klinger Pinheiro, de 68 anos, também pretende fazer curso em Londres e terminar graduação em engenharia e línguas. Idoso diz que já sofreu preconceito, mas que não pretende parar de estudar.
Aos 68 anos, o coronel do Exército aposentado Klinger Pinheiro afirma que não pensa em parar de estudar. Graduado em matemática e física pela Universidade Federal do Acre (Ufac), o estudante decidiu realizar o sonho de cursar química e já faz o 4º período do curso.
Pinheiro ingressou no curso de matemática ainda pelo vestibular. Porém, nas graduações seguintes ele fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele se formou em física há dois anos e, além do ensino superior na Ufac, também tem graduação e mestrado em ciências militares pela Academia Militar de Resende, no Rio de Janeiro.
“Eu entrei em química porque não queria ficar em casa na ociosidade. Eu sentia que a cada dia ficava mais esquecido e percebi que não podia parar de estudar, pois é isso que faz a minha mente funcionar, não tem outra maneira. Eu tinha que estimular meus neurônios. Eu me sinto bem, não penso em parar”, afirma.
Preconceito
Apesar de receber apoio dos colegas, o estudante relata que também já sofreu preconceito devido à idade. Pinheiro relata já ter ouvido que deveria ficar em casa e que após 50 anos não se aprende mais nada.
“Na hora fiquei triste e desestimulado, mas agora já voltei ao normal. Mas, ouço as pessoas dizendo para eu ir para casa, cuidar da minha fazenda. Porém, o que as pessoas não entendem é que gosto das interações sociais, das amizades, do ambiente e de conviver com os jovens”, explica.
O aposentado conta ainda que chega a ouvir de colegas jovens que eles não possuem mais cabeça para os estudos. Ele conta que ao ouvir isso lembra que possui quase 70 anos e ainda pretende fazer estágios fora do país e tenta se manter motivado.
“Eu chego até a ser grosseiro às vezes com as pessoas, digo para não me falarem besteiras, pois tenho quase 70 anos e quero colocar minha cabeça para funcionar. Essa, eu tenho certeza, é a melhor maneira de afastar o Alzheimer. Alguns até dizem que estou tomando vaga de outras pessoas, mas não é isso, eu amo o que faço”, conta.