Ex-deputado denunciou delegacias fechadas e pouca estrutura para um trabalho eficiente

“Sem escrivão, sem inspetor e sem delegado em oito municípios da região, desassistidos pela Polícia Civil, eu não tive condições de ficar.  Para ficar vulnerável ou omisso, ou até mesmo chegar a cometer um crime de  omissão, preferi colocar o cargo à disposição e pedir para sair”.

A declaração é do delegado da Polícia Civil e  ex-deputado estadual, Francisco Cavalcante. Ele decidiu entregar o cargo de Delegado Regional da região do Maciço de Baturité, denunciando o estado de abandono da Segurança Pública naquele importante setor do Ceará, de interesse turístico nacional e internacional.

Na sua grave denúncia, Cavalcante afirma que dos 13 Municípios que compõem a circunscrição da regional, apenas quatro possuem delegacia da Polícia Civil  funcionando. As demais estão sem atender o público pela falta de pessoal.  “Em toda a região não existem polos plantonistas durante a semana. Apenas nos fins de semana. E as quatro que funcionam só estão abertas no horário comercial. Apenas na regional o expediente vai até as 18 horas”, detalha.

Cavalcante diz ter comunicado o fato ao secretário de Segurança Pública do Estado, André Costa, por ocasião da reunião entre os coordenadores das Áreas Integradas de Segurança (AIS).  Também fez o comunicado ao delegado-geral da Polícia Civil e ao diretor do Departamento de Polícia do Interior Norte (DPI-Norte), mas não obteve nenhuma resposta.

“Não há como diminuir a violência com uma Polícia Civil praticamente sem ninguém e inoperante em algumas situações”, revela.

E conclui: “O inquérito policial é a peça importantíssima para a persecução penal e para diminuir a criminalidade. Inquérito bem feito é bandido na cadeia, com certeza”.

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