Combatentes talibãs diante de hospital, enquanto famílias procuram informações sobre as vítimas do ataque - AFP

O estabelecimento atacado prepara alunos, de 18 anos ou mais, para as provas de acesso às universidades.

Um atentado suicida realizado nesta sexta-feira (30), em um centro de ensino de Cabul, em um bairro de forte presença da minoria hazara, deixou um saldo de 19 pessoas mortas. O bairro é cenário de alguns dos ataques mais violentos no Afeganistão nos últimos anos.

“Os estudantes estavam se preparando para uma prova quando um homem-bomba detonou sua carga explosiva no centro de ensino. Infelizmente, 19 pessoas morreram e 27 ficaram feridas”, afirmou o porta-voz da polícia, Khalid Zadran.

O estabelecimento atacado prepara alunos, de 18 anos ou mais, para as provas de acesso às universidades.

Vídeos publicados nas redes sociais e fotografias da imprensa local mostram as vítimas sendo retiradas do local.

Muitas vítimas levadas para os hospitais eram mulheres, de acordo com um correspondente da AFP.

As forças de segurança foram enviadas ao local, enquanto as famílias seguiam para os hospitais em busca de informações sobre os parentes.

Em um hospital, os combatentes talibãs obrigaram os parentes a abandonar o local pelo temor de um novo ataque contra a multidão.

Listas com os nomes das vítimas fatais e dos feridos foram colocadas nas entradas dos centros médicos.

“Alvos civis” –

“Não a encontramos aqui”, disse, muito nervosa, uma mulher que procurava a irmã em um hospital. “Tem 19 anos. Estamos ligando, mas não responde”, afirmou.

O porta-voz do ministério do Interior, Nafy Takor, afirmou que o ataque aconteceu no centro educacional Kaj e informou que as forças de segurança seguiram para o local.

“A natureza do ataque e informações sobre as vítimas serão divulgados mais tarde”, disse. “Atacar alvos civis demonstra a crueldade desumana do inimigo e a falta de parâmetros morais”, acrescentou.

O retorno dos talibãs ao poder no Afeganistão acabou com duas décadas de guerra no país e provocou uma redução considerável dos índices de violência, mas os desafios na área de segurança assombram o movimento islamita.

Os xiitas hazaras sofreram décadas de perseguição, também do Talibã, movimento acusado de atrocidades contra este grupo étnico durante seu primeiro período no poder (1996-2001).

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