O paladar é influenciado desde a gestação por meio do líquido amniótico e, na sequência, pelo leite materno. Após os seis meses, os pais ou cuidadores começam a oferecer a variedade de alimentos naturais, com diferentes sabores, cores e texturas

A alimentação influencia no desenvolvimento físico, motor e psíquico da criança. Portanto, os pais e cuidadores devem redobrar atenção na formação dos bons hábitos alimentares dessa turminha, desde os primeiros meses de vida.

Segundo a nutricionista infantil Tatiara Monção, esse é o momento em que o bebê precisa aprender a comer, mas o processo só acontecerá se ele for estimulado. Ou seja, a criança conhece o mundo pelas mãos e pela boca. Por isso, ela sente a necessidade de pegar, tocar nos alimentos. Aos seis meses, ela já tem essa habilidade, que será aperfeiçoada com o tempo.

Apesar de ser um hábito saudável, a profissional diz que alguns pais e cuidadores não deixam as crianças se sujarem. “Isso é um grande erro, pois quando o bebê se apropria do alimento, ele está aprendendo a se alimentar e não a ser alimentado”, destaca.

Experimentos

A especialista lembra que, ao iniciar a introdução alimentar, a criança está apta a consumir comidinhas macias, a exemplo de legumes e verduras cozidas, frutas, cereais, todas as carnes e o “tão temido” ovo. “Isso se faz necessário já aos seis meses de vida e nada deve ser evitado ou protelado e, claro, sempre feito na presença de um adulto”, alerta.

Para saber se o bebê está sendo nutrido adequadamente, a nutricionista realiza a avaliação seguindo o protocolo que inclui as curvas de medição” da criança, como peso em relação à idade, e o relato do consumo alimentar. “Com esses dados, conseguimos chegar ao diagnóstico nutricional de cada um”, ressalta Tatiara.

Além de todos os cuidados com a riqueza nutricional, é fundamental que o bebê faça as refeições em horários próprios. “Assim como a hora do banho, do sono, do brincar, ele precisa cumprir a rotina alimentar para garantir bons resultados.

Costumes

Nos casos em que os pais ou cuidadores têm uma cultura alimentar e se apegam a algo que acreditam, Tatiara ressalta que é possível evitar os excessos e garantir com tranquilidade a saúde do bebê. “Nosso problema é quando nos deparamos com famílias de pouco ou nenhum conhecimento. Mas é tudo tão simples, basta entender que alimentação saudável é igual ao consumo natural. Ou seja, a criança precisa ingerir produtos sem rótulos, ou embalagens”, complementa a nutricionista.

É necessário estarmos sempre atentos à criança, pois a falta de nutrientes identificada nos primeiros meses de vida, pode desencadear no futuro diversos problemas de saúde, entre eles constipação, desnutrição, obesidade, hipercolesterolemia, triglicérides elevado, anemia e outros.

Escolhas

Os hábitos alimentares dos filhos é de responsabilidade familiar. Por isso, fica a critério dos tutores junto com os pediatras definirem o cardápio. Além do método tradicional, que inclui sopas, papas, mingaus e frutas raspadas e colocadas na boca da criança, existe a opção BLW (Baby-led Weaning). Esse é um tipo de introdução alimentar em que o bebê passa a comer com as próprias mãozinhas, sejam alimentos inteiros ou cortados em pedaços grandes. A técnica já pode ser adotada a partir dos seis meses, quando o bebê passa a ter autonomia fazendo suas escolhas.

Com base neste conceito, a designer de cílios Ranielle Mota adotou o método BLW para a sua filha Marina. A garotinha, atualmente com um ano e cinco meses, pratica a alimentação participativa desde os seis meses.

Ranielle pretende seguir com o cardápio da filha até os dois anos. Dentre as vantagens da escolha, a designer ressalta a independência, confiança e autonomia da filha. “Além disso, é muito bacana acompanhar a experiência da Marina explorando os alimentos, percebendo a textura, descobrindo as cores e os sabores. Isso é fundamental para o desenvolvimento da coordenação motora e da mastigação”, descreve Ranielle Mota.

Conforme a nutricionista Tatiara Monção, “crianças que participam, comem melhor. Por que dar à criança um brinquedo na hora da refeição, se podemos dar um alimento?”. A partir desta reflexão, caberá aos pais decidir qual o melhor caminho para proporcionar uma vida mais saudável aos seus pequenos.

Alimentação

Evolução do bebê
A partir dos seis meses, o bebê já pode experimentar outros sabores alimentares além do leite materno. Para que a adaptação seja saudável e prazerosa, é preciso que as comidas sejam as mais naturais possíveis e apresentadas aos poucos;
Autonomia
As descobertas do bebê começam pelo contato com os objetos. O mesmo acontece com os alimentos. Por isso, a importância de estimular a criança a desenvolver a habilidade de tocar e levar à boca os alimentos, para que assim ela aprenda com as “próprias mãos”;
Escolhas
Quando o bebê se familiariza com uma variedade de sabores, texturas e cores de alimentos, ele aprende a escolher o que deseja consumir. Além disso, a criança tem a oportunidade de adquirir hábitos saudáveis que farão diferença na vida adulta.

Fonte: Diário do Nordeste

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