Marchas que saíram de cinco pontos da região chegam nesta sexta a Barcelona para uma grande manifestação.
A Catalunha amanheceu com rodovias bloqueadas e a declaração de uma greve geral nesta sexta-feira (18). Esse é o quinto dia de protestos contra a condenação a prisão dos líderes do movimento de independência fracassado de 2017.
Os independentistas catalães bloquearam a fronteira com a França. Eles travaram a rodovia AP7 na altura de La Jonquera, perto de Girona, e a estrada nacional NII perto da fronteira francesa, informou o ministério dos Transportes.
Marchas que saíram de cinco pontos da Catalunha chegam nesta sexta a Barcelona para uma grande manifestação.
Impacto nos transportes
A greve geral, a quarta em dois anos, foi convocada pelos principais sindicatos CCOO e UGT foi convocada por motivos ligados a questões trabalhistas e econômicas, mas na verdade também está vinculada com a sentença da Suprema Corte da Espanha.
As autoridades determinaram o funcionamento de 50 % dos transportes públicos, como metrô, ônibus e trens nos horários de pico. Durante o resto do dia, os trens estão operando com 33% da sua capacidade. O serviço de ônibus que leva passageiros para o aeroporto está com metade da sua capacidade em operação.
Varredura no centro de Barcelona
A polícia encontrou um cilindro de gás manipulado que tinha sido abandonado na Ronda de Sant Pere, no centro de Barcelona. Nesta região, na noite de quinta-feira (17), os independentistas voltaram a entrar em confronto com a polícia. Eles colocaram fogo em barricadas e usaram coquetéis molotov e a polícia usou bala de borracha para dispersá-los.
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Manifestantes catalães bloqueiam a Avenida Diagonal durante a greve geral em Barcelona, na Espanha, nesta sexta-feira (18) — Foto: Rafael Marchante/ Reuters
Clássico Barcelona-Real Madrid adiado
Por causa da tensão na Catalunha, o clássico Barcelona-Real Madrid, da 10ª rodada do campeonato espanhol, programado para o dia 26 de outubro na capital catalã, foi adiado para uma data que ainda será definida pelos clubes.
O comitê de competição, órgão disciplinar da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), concordou com o “adiamento do jogo previsto para o dia 26 de outubro de 2019 devido a causas excepcionais”, afirma a decisão anunciada nesta sexta-feira.
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Mapa da Catalunha — Foto: G1
Pena de prisão e início dos protestos
Na segunda (14), a Suprema Corte da Espanha condenou nove líderes da tentativa frustrada de independência da Catalunha a penas de prisão que vão de 9 a 13 anos por sedição (uma forma mais branda de rebelião contra autoridade). Outros três réus foram absolvidos da acusação de malversação de dinheiro público e não foram condenados à prisão.
Lideranças do movimento pró-independência da Catalunha, que tem 7,5 milhões de habitantes, convocaram manifestantes e foram prontamente atendidas. Confrontos com policiais deixaram 131 feridos. A maior parte deles, 115, estavam no aeroporto El Prat, onde um manifestante perdeu o olho e um outro, parte dos testículos.
Na terça-feira, os protestos continuaram principalmente nas cidades de Barcelona, Tarragona, Lleida e Girona. O Ministério do Interior informou que 51 pessoas tinham sido detidas até a madrugada de quarta-feira. Além disso, 54 policiais regionais e 18 policiais nacionais ficaram feridos.
Na quinta-feira (17), o presidente regional da Catalunha, Quim Torra, sugeriu uma nova votação sobre a independência da sua região ainda durante seu mandato, que termina no início de 2022. Um referendo organizado em 2017 sem autorização da justiça espanhola, que decidiu pela declaração de independência da Catalunha, motivou a sentença da Suprema Corte da Espanha de segunda-feira.
Fonte: G1