32 açudes estão sangrando no Ceará em 2025. (Foto; GJ)

18 reservatórios estão com mais de 90% da capacidade preenchida, enquanto outros 30 açudes estão abaixo de 30% do volume total

Com as boas chuvas que têm banhado o Ceará em todas as suas magrorregiões, 32 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), atingiram sua capacidade máxima e estão sangrando.

Outras 18 barragens estão com mais de 90% do total que comportam — incluindo Patos Santo Antônio de Aracatiaçu, ambos estão localizados no município de Sobral. Eles já chegaram a sangrar em 2025 e atualmente continuam volume próximo ao máximo suportado.

Ao todo, 26 municípios cearenses têm pelo menos um açude sangrando. Maranguape é a cidade com o maior número deles, com águas transbordando nos reservatórios Maranguapinho, Amanary e Itapebussu. Já em CaucaiaForquilhaItapipoca Sobral, dois açudes atingiram a capacidade máxima e estão vertendo.

A cidade que concentra o maior número de açudes monitorados pela Cogerh é Sobral, com seis reservatórios, todos com um aporte de pelo menos 75% da capacidade.

A resenha diária de monitoramento também aponta que 30 açudes estão com menos de 30% da capacidade. Essa lista inclui desde o Castanhão — cujos 28,14% preenchidos correspondem a 1,88 bilhão m³ —, até o Jatobá — que comporta 590 mil m³, abastece a sede de Milhã e atualmente está seco.

Outros seis açudes estão caracterizados como “volume morto”, uma vez que não dispõem de tomada de água e estão com menos de 5% da capacidade preenchida.

No mapa abaixo é possível ver onde está localizado cada açude monitorado pelo Estado e qual a atual situação em relação ao volume acumulado. É possível usar a lupa para pesquisar por algum município ou pelo nome de um açude.

Janeiro mais chuvoso

Em 2025, inclusive, o Ceará teve o mês de janeiro mais chuvoso dos últimos 14 anos. Historicamente, o período tem média histórica de 99,8 mm, e neste ano o total acumulado foi de 191,1 mm — 91,5% a mais. Naquele mês, conforme o Diário do Nordeste noticiou, houve registros de recorde de chuva em duas décadas na cidade de Pacujá e de deslizamentos de terra, alagamentos e queda de energia.

A última vez em que choveu tanto no mês foi em 2011, com acumulado de 212,3 mm de chuva, quando diversos eventos extremos foram registrados em todo o Estado, incluindo inundações e alagamentos no interior. À época, eles foram creditados à ocorrência de Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), principal sistema que atua na pré-estação chuvosa.

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