Estudo do IBGE revela predominância de caprinos em municípios nordestinos, com destaque para Macururé, onde há 16 vezes mais caprinos que pessoas.
O Nordeste brasileiro destaca-se como o principal polo da caprinocultura nacional, concentrando 95% da produção de caprinos do país, conforme dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em uma análise mais detalhada, observa-se que em 189 municípios nordestinos, o número de bodes e cabras supera o de habitantes humanos. No panorama estadual, a Bahia lidera com quase 4 milhões de caprinos, seguida por Pernambuco, com 3,4 milhões, e Piauí, com 2 milhões. Esses números refletem a importância da caprinocultura para a economia e cultura locais, especialmente em regiões semiáridas, onde a criação de caprinos adapta-se bem às condições climáticas adversas.
Os dados do IBGE revelam que em 189 municípios nordestinos, o número de caprinos supera a população humana. A seguir, listamos algumas das cidades com as maiores proporções entre rebanho e habitantes:
1. Macururé (BA) – 16 caprinos por habitante Número de caprinos: 124.000 População humana: 7.500
2. Dom Inocêncio (PI) – 9,3 caprinos por habitante Número de caprinos: 86.000 População humana: 9.246
3. Casa Nova (BA) – 9,7 caprinos por habitante Número de caprinos: 725.000 População humana: 75.000
4. Floresta (PE) – 11,2 caprinos por habitante Número de caprinos: 336.700 População humana: 30.137
Esses municípios estão localizados em regiões de clima semiárido, onde a caprinocultura se adapta melhor do que outras atividades agropecuárias. O crescimento expressivo do número de caprinos nessas localidades reforça a importância desse setor para a economia e a cultura da região.
A predominância de caprinos em relação à população humana nesses municípios ressalta a relevância dessa atividade para a subsistência e desenvolvimento econômico regional. Além de fornecer carne, leite e derivados, a caprinocultura gera empregos e movimenta a economia local, sendo uma alternativa viável para pequenos produtores enfrentarem os desafios impostos pelas adversidades climáticas do semiárido nordestino.
A criação de caprinos no Nordeste não é apenas uma atividade econômica, mas também cultural. Historicamente, esses animais têm sido fundamentais para a sobrevivência das comunidades rurais, fornecendo alimentos e produtos para comercialização. A resistência dos caprinos às condições áridas da região torna-os ideais para a criação em áreas onde outras atividades agropecuárias enfrentam maiores dificuldades.
Além disso, iniciativas governamentais e de organizações não governamentais têm buscado fortalecer a cadeia produtiva da caprinocultura na região. Programas de melhoramento genético, capacitação de produtores e incentivo à comercialização de produtos derivados do leite e da carne de cabra são algumas das ações implementadas para aumentar a competitividade e a sustentabilidade da atividade.
A caprinocultura também desempenha um papel crucial na segurança alimentar das famílias rurais do Nordeste. O leite de cabra, por exemplo, é uma fonte importante de nutrientes e tem sido utilizado em programas de alimentação escolar e em iniciativas voltadas para a melhoria da nutrição infantil. A carne caprina, por sua vez, é apreciada na culinária regional e possui mercado crescente em outras regiões do país.
Em resumo, a expressiva presença de caprinos em municípios nordestinos, muitas vezes superando o número de habitantes, evidencia a importância multifacetada dessa atividade para a região. Mais do que números, a caprinocultura representa sustento, cultura e resistência para milhares de famílias que encontram nessa prática uma forma de prosperar mesmo diante das adversidades impostas pelo clima e pela geografia do semiárido brasileiro.
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