Secretário André Costa sente-se impotente para enfrentar Crime Organizado

Na entrevista concedida à Imprensa na última sexta-feira (6) após divulgar os números de CVLIs (Crimes Violentos, Letais e Intencionais) do mês de setembro, o secretário da Segurança Pública do Ceará, delegado federal André Costa, foi incisivo, e disse que, “se o estado do Ceará tentar resolver sozinho, não vai conseguir”.

Ele falava da criminalidade, da violência e, mais especificamente, das facções criminosas que hoje dominam o estado a partir das unidades do Sistema Penitenciário. “Porque são grupos criminosos que vêm de fora, de São Paulo e do Rio de Janeiro”, completou.   Deixou claro que o governo federal precisa ajudar os estados a combater o crime.

A declaração fortíssima de André Costa não teve a devida repercussão na mídia local, que deixou passar em brancas nuvens  uma fala que poderia render muitas conclusões. A primeira, a de que Costa sabe do poderio e periculosidade das facções e de como elas estão enraizadas na violência no Ceará. Segunda, ao contrário do governador Camilo Santana, que demorou para se convencer da presença das facções no Ceará, o secretário reconhece que os bandidos se instalaram de vez no estado. Terceiro, admite que as forças estaduais sozinhas não são suficientemente capazes de dar um basta nesta onda da criminalidade. “É preciso uma pactuação entre todos os estados do país e o governo federal para que, assim, possamos apresentar uma solução”, concluiu.

ESTADO SEM PLANO DE SEGURANÇA

Outra parte da fala de André Costa não foi menos importante. Diante da Imprensa, ele teve a coragem de revela uma das raízes do problema da violência no Ceará: a falta de um plano estadual de Segurança Pública. Mas, ao mesmo tempo, informou que está sendo gestado um plano e que este, em breve, estará pronto. Talvez, com isto, o estado possa, a partir de agora, ter uma coordenação, planejamento e metas verdadeiras a alcançar neste setor da administração.  O que se viu até hoje foi um festival de arranjos. O  recente fracasso do Ronda do Quarteirão está aí para não deixar dúvidas. A Segurança Pública precisa ser um programa de Estado e não de governo.  Cada político que se abanca no Palácio da Abolição resolver fazer “sua Polícia”. Troca a farda da PM, muda as cores das viaturas, inventa siglas, desrespeita a disciplina, a hierarquia e doutrina das instituições policiais ou faz questão de sucateá-las, como é o caso, atual, da Polícia Civil.  Ontem era o Ronda, hoje é o Raio. O que será amanhã?

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