Empresa brasileira registra alta de quase 70% na busca por aviões privados em meio a pandemia

A aviação de negócios registrou crescimento recorde durante a pandemia de COVID-19 no Brasil, com aumento de 69% na procura por voos executivos. Os números foram divulgados pela Flapper, empresa de voos sob demanda baseada em Belo Horizonte.

O surto de coronavírus causou impactos para a aviação comercial no mundo todo, fazendo a demanda por voos executivos crescer no período, especialmente entre grandes empresários e empresas.

Segundo a empresa, houve um aumento de 69% apenas no aplicativo Flapper especialmente em solicitações por clientes internacionais que chegam e saem do Brasil, totalizando um valor de R$ 62,6 milhões. Jatos de negócios de longo alcance e aviões comerciais respondem por mais de 50% da demanda.

Os voos aeromédicos e voos não planejados de volta para os Estados Unidos, Europa e Peru foram responsáveis por mais da metade de todos os pedidos internacionais. Executivos e pessoas no exterior que necessitavam voltar ao Brasil recorreram aos voos privados para conseguir embarcar após a quase paralisação total da aviação regular.

As rotas Cuzco – São Paulo e Lima – São Paulo foram as rotas internacionais mais procuradas, enquanto os voos entre São Paulo e o Rio de Janeiro se destacaram no mercado doméstico. Segundo a Flapper, a maior parte dos passageiros são grandes corporações, agências de viagens e passageiros de alto poder aquisitivo.

Com um crescimento mensal constante de 10% no mês de março, o mercado de aviação geral se tornou um porto seguro contra as ameaças que podem afetar a aviação executiva por conta do surto do COVID-19. Ainda assim, a situação deve se normalizar nas próximas semanas, atingindo uma curva de crescimento menos acentuada.

“O rápido aumento na demanda por voos internacionais e de curto prazo já estão se nivelando para os meses de abril e maio”, disse Paul Malicki, CEO da Flapper. “Vimos, no entanto, uma demanda mais constante por voos domésticos, indicando que a aviação geral constituirá de uma das únicas opções para o transporte de passageiros nos próximos meses”.

A aviação de negócios no Brasil está se comportado de maneira similar a dos Estados Unidos, onde é projetada uma queda de até 70% na demanda por voos comerciais, mas com voos executivos mantendo uma forte procura. “A aviação executiva continua sendo um forte concorrente no espaço deste cenário”, completa Malicki.

Na semana passada, as maiores companhias aéreas do Brasil a operarem voos comerciais entre Rio de Janeiro e São Paulo anunciaram a interrupção da tradicional ponte-aérea, a principal ligação doméstica do país. Esta pausa poderá beneficiar a aviação de negócios, especialmente pelo fato dos aeroportos da aviação geral de Jacarepaguá e Campo de Marte estarem operando normalmente.

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