O “pé diabético” é originado por complicações da doença
No Brasil, aproximadamente 18 milhões de pessoas vivem com diabetes. A Federação Internacional de Diabetes estima que metade desse público não sabe que é portador da doença. Esse desconhecimento leva muitas delas à amputação de membros inferiores, pois até uma pequena ferida no pé leva mais tempo para cicatrizar. Em vista disto, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) alerta para a importância de redobrar os cuidados com os pés.
O pé diabético representa hoje uma das maiores causas de ocupação de leitos hospitalares e longos períodos de internação. Na rede pública no Brasil, cerca de 85% das amputações não traumáticas são precedidas de feridas. “É preciso conscientizar a população para a importância do diagnóstico do diabetes e seu tratamento correto, pois até mesmo quem sabe ter a doença não a trata devidamente”, aponta o presidente da SBACV, Dr. Roberto Sacilotto.
Ao longo dos anos, o diabetes acarreta neuropatia, que são alterações em nervos que culminam na redução da sensibilidade natural da pele e em mudanças nas estruturas ósseas e musculares. Sem a capacidade de sentir dor, o indivíduo não percebe quando machuca os pés, e um pequeno ferimento pode evoluir para a amputação de uma parte ou de todo o membro inferior.
“Diabéticos tendem a desenvolver problemas nas artérias, o que dificulta a oxigenação dos tecidos e, no caso de uma lesão não ser identificada e tratada a tempo, leva à gangrena”, explica o coordenador da Comissão Nacional de Atuação Multidisciplinar de Diabetes e Pé Diabético da SBACV, Dr. Eliud Garcia Duarte Júnior.
Cuidados com os pés
Algumas regras devem ser cumpridas à risca por quem é diabético: Controlar a glicemia com exames regulares; Tomar a medicação diariamente; Fazer o autoexame dos pés diariamente procurando bolhas e feridas e não fazer escalda-pés.
Manter os membros inferiores bem hidratados, não andar descalço, usar sapatos confortáveis, evitando sandálias de tiras entre os dedos, são outras dicas importantes.
“Além da neuropatia e doenças vasculares nos membros inferiores, o diabetes destrói os vasos dos rins e da retina. Isso pode levar à falência do funcionamento dos rins e à insuficiência renal, assim como à retinopatia diabética que, muitas vezes, acarreta a perda da visão”, complementa Dr. Eliud. O médico enfatiza ainda que o diabetes mata mais que o câncer e a AIDS juntos.
Os especialistas da SBACV ressaltam que para prevenir complicações o diagnóstico e o controle precoce do diabetes associados aos cuidados com os pés são essenciais.
Fonte: Diário do Nordeste