“Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do ‘homem mais honesto do país’?”, escreve ex-ministro em referência ao ex-presidente
O ex-ministro Antônio Palocci pediu desfiliação do Partido dos Trabalhadores (PT) nesta terça-feira (26). Em uma carta endereçada à presidente da sigla, senadora Gleisi Hoffmann, e publicada pelo “G1”, ele justifica a sua saída e faz uma série de críticas ao PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No documento, Palocci afirma que as declarações dadas em seu depoimento ao juiz Sergio Moro “são fatos absolutamente verdadeiros”, que presenciou, acompanhou ou coordenou, “normalmente junto ou a pedido do ex-presidente Lula”. Ele diz ter certeza que Lula irá confirmar tudo, “como chegou a fazer no ‘mensalão’” em uma entrevista na França.
“Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do ‘homem mais honesto do país’ enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto (!!!) são atribuídos à Dona Marisa? Afinal, somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?”, questionou.
Segundo Palocci, mesmo nos melhores anos do governo Lula “já se via a peçonha da corrupção se criando para depois tomar conta do cenário todo”.
O ex-ministro dos governos Lula e Dilma reconhece o seu envolvimento em esquemas de propina e aconselha o PT a buscar um acordo de leniência na operação Lava Jato e colaborar com a Justiça, assim como ele já está fazendo. Ele revela ainda que virou alvo de “um tribunal inquisitorial dentro do próprio PT” desde que decidiu falar a verdade.
Polocci foi alvo de uma comissão de ética do partido pelas declarações feitas contra Lula a Moro, no dia 6 de setembro. Ele disse ao magistrado que o ex-presidente mantinha um “pacto de sangue” com o empresário Emílio Odebrecht, o que incluía um pacote de R$ 300 milhões em propinas para o PT, além de benefícios ao ex-presidente.
Na carta, o ex-petista não entra em detalhes sobre as ilegalidades, pois ainda negocia um acordo de delação com a Justiça. “De qualquer forma, quero adiantar sobre as informações prestadas em 06/09/2017 (compra do prédio para o Instituto Lula, doações da Odebrecht ao PT, ao Instituto Lula, reunião com Dilma e Gabrielli sobre as sondas e a campanha de 2010, entre outros) são fatos absolutamente verdadeiros”, garante.
Ainda segundo Palocci, o PT deixou uma herança ruim ao país. “Nós, que nascemos diferentes, que fizemos diferente, que sonhamos diferente, acabamos por legar ao país algo tão igual ao pior dos costumes políticos”, afirmou.
Por fim, apesar de todas as críticas, Palocci diz acreditar na proposta do partido e faz sugestões: “Depurar e rejuvenescer o partido será tarefa para nossos novos e jovens líderes. Minha geração talvez tenha errado mais do que acertado. Ela está esgotada. E é nossa obrigação abrir espaço a novas lideranças, reconhecendo nossas graves falhas e enfrentando a verdade. Sem isso, não haverá renovação”.
Nada a comentar pois contra fatos não há argumento
Cego é o que não quer vê
Com certeza migo João. Obrigado por nos acompanhar. Abraços.