Nas últimas 24 horas foram registradas 153 novas mortes e estado já chega 1.566 mortos
Em meio a denúncias de irregularidades em unidades públicas e privadas de saúde, o Estado do Ceará bateu mais um triste recorde de mortes atribuídas à Covid-19, alcançando a expressiva marca de 153 casos nas últimas 24 horas. Com mais este recorde, já são 1566 mortes no Estado do Ceará.
Denúncias
Médicos envolvidos no atendimento a pacientes com suspeita ou com confirmação de Covid-19, denunciam problemas que vão desde a falta de equipamentos a falhas nos protocolos determinados pelas autoridades da área da saúde.
5º no ranking
De acordo com levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) indica o Ceará na 5º posição entre os estados com mais denúncias de médicos sobre falhas na infraestrutura das unidades de saúde para atendimento dos pacientes com Covid-19. No Estado, foram apresentadas 118 reclamações – somando instituições públicas e privadas.
São Paulo (472) teve o maior número de denúncias, seguido por Rio de Janeiro (245), Minas Gerais (189), Bahia (161) e Ceará. Os estados com menos registros são Acre (4), Sergipe (4), Tocantins (12), Roraima (12) e Amapá (13).
Com as 118 formalizações, o Ceará está em 2º lugar do Nordeste em número de denúncias, atrás apenas da Bahia e na frente de Pernambuco (115), Rio Grande do Norte (66) e Paraíba (51). Ao todo, o Nordeste soma 611 relatos de falta de estrutura para atendimento dos pacientes com o novo coronavírus, o que corresponde a 28% das queixas nacionais.
O detalhamento apresenta que os motivos das reclamações na Região Nordeste se distribuem em falta de EPIs (35,9%), insumos (21,1%), materiais de higiene (14,8%), recursos humanos (12,4%), dificuldades na triagem (10,8%) e carência de leitos (5%). As unidades nordestinas denunciadas são 89% públicas, 8% privadas, 3% filantrópicas e não identificadas. O CFM não disponibilizou ao G1 como foram distribuídas as denúncias do Ceará.
No Ceará, Fortaleza lidera o número de queixas com 73 registros, seguida por Sobral (5) e Fortim (3), na Região Norte, além de Horizonte (3) e Itaitinga (3), na Região Metropolitana. Ao todo, 29 municípios cearenses entraram para o levantamento com as denúncias.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que adota os procedimentos para a proteção dos profissionais de saúde, com o fornecimento de EPIs, testes rápidos, apoio psicológico e vacina contra a gripe H1N1. A SMS também questionou os dados por não especificarem “as informações que correspondem quanto a equipamentos públicos ou privados”.
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) afirmou estar regular o fornecimento de EPIs aos profissionais de saúde. Além disso, ressaltou a compra de 270 toneladas de produtos para atender as unidades hospitalares com referência no atendimento a casos de Covid-19 em todo o Estado. Já foram recebidas 90 toneladas de EPIs e uma nova remessa é esperada para a próxima semana.
Queixas, casos e óbitos
O relatório também apresenta uma correlação entre o volume de queixas, a quantidade de casos confirmados e o número de óbitos relacionados ao novo coronavírus no período analisado, com dados obtidos até a última quarta-feira (13). Neste recorte, o Ceará somava 5% das denúncias, 10% das infecções do país (18.412) e 10% das mortes (1.189).
Desde a data da coleta dos dados pelo CFM, o número de óbitos subiu para 1.566 e o de infecções chegou a 23.059 casos no Ceará, como registrou a plataforma IntegraSUS na manhã desta sexta-feira (15).
Fortaleza, que ultrapassou a marca de mil pessoas mortas em decorrência da doença na quarta-feira (13), agora contabiliza 1.088 óbitos, além de 14.259 casos da enfermidade.
Também na quarta-feira, o Ceará registrou o recorde de mortes em um período de 24 horas, com 119 óbitos contabilizados. Entretanto, isso não significa que todos os óbitos ocorreram no mesmo dia.
O total de pessoas que conseguiram se recuperar da infecção no estado é de 11.897 pacientes, de acordo com a Plataforma IntegraSUS.
Os números apresentados pela Secretaria da Saúde fazem referência à disponibilidade dos resultados dos testes para detectar a presença dos vírus, o que não corresponde necessariamente à data da morte ou do início da apresentação dos sintomas pelo paciente.