Esta imagem vem à tona 38 anos depois da empresa lançar o Brasília no mercado
Em julho do ano passado, num dos momentos mais incertos da pandemia, a Embraer anunciava ao mundo que estava levando adiante seu projeto para o desenvolvimento de um novo turboélice regional de até 70 lugares e que voaria até o final da década. Em outubro surgiram imagens, mas da traseira da aeronave. Todos queriam ver como seria a frente da aeronave.
Esse mistério parece ter sido quebrado hoje (17). Segundo informações de pessoas próximas à fabricante, a imagem acima reflete o conceito da parte frontal do projeto de aeronave que a empresa está trabalhando nesse momento.
Olhando de frente, a ilustração indica que o padrão de “nariz” deve ser mantido, fazendo com que o novo avião pareça um Brasília esticado. As asas baixas, de perfil avançado e com os turboélices na parte de cima, contrastam com os principais concorrentes Dash 8 e o ATR. O motor parece padrão à primeira vista, mas este é apenas um conceito de um projeto que está em seus primeiros dias. Mudanças certamente são esperadas, mas o DNA da Embraer (o design) estará sempre ali.
Esta imagem vem à tona 38 anos depois da empresa lançar o Brasília no mercado, mas a empolgação da Embraer não mostra isso, vai além. Pelas últimas apresentações de executivos, onde eles comentaram sobre o projeto, é como se eles estivessem trabalhando no primeiro modelo da fabricante.
A empresa pretende lançar a nova máquina nos anos seguintes, mas, antes disso, procura parcerias que vão além de fornecedores, algo no estilo joint-venture, para um desenvolvimento conjunto do novo avião. Nomes não foram revelados, mas, segundo uma matéria da Reuters, a fabricante brasileira de aeronaves mantém negociações ativas com potenciais parceiros, que podem vir na forma de apoio financeiro ou até mesmo industrial. O desenvolvimento da nova aeronave pode custar cerca de US$ 2 bilhões.
Além de reentrar num mercado de alto potencial para o futuro, os turboélices deverão ser o primeiro modelo de aeronave a ter motores híbridos, elétricos ou totalmente movidos por combustíveis “verdes”, o que pode resultar em um trunfo de sucesso. Uma parceria europeia poderia ser bem vinda, na medida em que empresas aéreas, principalmente do Velho Continente, buscarão cada vez mais por um transporte aéreo sustentável.