sede-odebrecht-spBRASÍLIA (Reuters) – Os acordos de delação premiada com algumas dezenas de executivos da empreiteira Odebrecht no âmbito da operação Lava Jato já foram finalizados e devem ser assinados até a quinta-feira, disse à Reuters nesta quarta-feira uma fonte que acompanha as negociações, acrescentando que um acordo de colaboração com a empresa “nunca esteve tão perto e também deve sair nos próximos dias”.

A delação da Odebrecht, maior empreiteira da América Latina, tem sido apontada como uma das mais aguardadas da Lava Jato e a que tem maior potencial de provocar abalos ainda maiores no cenário político.

A fonte, que pediu para não ser identificada, disse ainda que o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba e já condenado, deverá fazer parte do grupo de executivos que firmarão acordos com a Procuradoria-Geral da República. Marcelo Odebrecht já foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão em ação penal da Lava Jato.

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No início deste mês, uma outra fonte com conhecimento das negociações em andamento disse à Reuters que haviam tratativas com cerca de 80 executivos da empreiteira com vistas a um acordo de delação.

A fonte que falou à Reuters nesta quarta disse não saber ao certo quantos executivos decidiram firmar acordo, mas afirmou que o número é de grandeza parecida à da citada pela primeira fonte.

Advogados de executivos da Odebrecht estão reunidos nesta quarta com procuradores para tratar da assinatura dos acordos, disse a fonte que confirmou as delações. O documento a ser assinado com a empreiteira, por sua vez, está sendo discutido tanto na capital federal quanto em Curitiba, onde tramitam os processos da Lava Jato em primeira instância.

Procurada pela Reuters, a assessoria de imprensa da Procuradoria-Geral da República afirmou que não comentará a informação. A Odebrecht também informou que não vai comentar.

Nas investigações da operação Lava Jato, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal encontraram uma planilha que, afirmam, indica pagamentos feitos pela empreiteira a políticos de vários partidos. Não ficou claro à época se os dados da planilha se referiam a repasses de propina, a doações legais para campanhas eleitorais ou a doações não contabilizadas, o chamado caixa dois.

 

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