Virtuoso do instrumento e experimentalista, ele descarta fórmulas e busca a espontaneidade a partir da costura de diferentes gêneros como surfe rock, punk, psicodelia, jazz e orientalismos

Barreiras musicais nunca fizeram parte do front sonoro de Yonatan Gat, guitarrista e compositor israelense baseado em Nova York.

Virtuoso do instrumento e experimentalista, ele descarta fórmulas e busca a espontaneidade a partir da costura de diferentes gêneros como surfe rock, punk, psicodelia, jazz e orientalismos.

Tudo fundamentado na escola do improviso, não raro interagindo com o ouvinte, principalmente nos shows, nos quais faz questão de tocar junto ao público.

No novo álbum “Universalists”, ele implodiu as fronteiras musicais de forma ainda mais contundente. Depois de turnê pelos Estados Unidos e pela Europa, ele apresenta o trabalho agora no Brasil, em shows em São Paulo e no Picnik Festival, em Brasília, onde promete improvisar com índios brasileiros.

A banda Thee Oh Sees também está no line-up e integra a lista de artistas com quem Yonatan colaborou -na qual estão também o baterista Brian Chase, do Yeah Yeah Yeahs, e o grupo brasileiro Os Mutantes, capitaneado atualmente por Sérgio Dias.

Em “Universalists”, ele compôs sobre coro de vozes dos anos 1950 e criou uma versão para uma peça do compositor tcheco do século 19 Antonín Dvorák.

Também fez uma jam com índios americanos do grupo de percussionistas Eastern Medicine Singers, baseados em Providence.

Tudo mesclado em cem horas de gravações ao vivo de sua banda, à época composta pelo brasileiro Sergio Sayeg, o Sessa, no baixo, e por Gal Lazer na bateria, além de Thor Harris, que tocava no Swans.

Coprodutor do álbum junto a David Berman, Yonatan editou todo o material em um caldeirão de 33 minutos, resultado de três anos de trabalho, em que soa como um antropólogo, disciplina que estudou na Columbia University, em Nova York.

“Metade das músicas do álbum tem samples vocais e são sempre de pessoas mortas. São gravações que Alan Lomax [musicólogo e pesquisador americano] captou na Itália e na Espanha, principalmente, nos anos 1950. Sempre ouço essas gravações, são a capela e sobre trabalho no campo”, conta.

O artista acredita que sua única frustração com as vozes do além foi não poder ter um feedback das cantoras e poder influenciá-las de volta. Inverso do que houve na interação com os índios do Eastern Medicine Singers, por exemplo, que conheceu no festival South by Southwest, em Austin.

Ele estava prestes a fazer um show com sua banda em um auditório quando os ouviu tocando do lado de fora. Adorou o som e o fato de se apresentarem em círculo. Foi então que os convidou para se unirem à apresentação. Mas disseram não.

“Eu disse que poderiam mudar de ideia. Na terceira música, eles vieram com os tambores e começaram a tocar com a gente. Foi tão incrível, as pessoas do público estavam chorando”, lembra.

A faixa “Medicine”, do álbum que será apresentado nos shows no Brasil, é resultado da sessão que ele e sua banda gravaram com o grupo indígena em Providence, que durou seis horas.

“A música é minximalista, é quase como Philip Glass ou Steve Reich –eles têm muita influência da música norte-americana nativa, que não ganha muito crédito.”

Fonte: Notícias ao Minuto

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