A Capital cearense possui um dos hospitais que é referência no tratamento da doença: o Hospital Geral de Fortaleza (HGF)
Hoje, 29 de outubro, é o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC). A doença, que também pode ser chamada de derrame, ocorre quando há a formação de um déficit neurológico súbito em decorrência de uma falha nos vasos sanguíneos do sistema nervoso central. Atualmente, o AVC configura-se como a segunda principal causa de morte no Brasil e no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Dia Mundial do AVC funciona como uma alerta para a gravidade da doença e aconselha a população sobre os efeitos e cuidados preventivos, bem como sobre tratamentos. De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados pela Agência Brasil, somente em 2017 foram registradas 101,1 mil mortes por AVC.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) destaca que, entre 1º de janeiro deste ano até o dia 16 de outubro, 78.649 pacientes com AVC morreram; um número um pouco abaixo do de 2020, que foi de 79.984 casos, mas ainda preocupante.
“O HGF tem tido um impacto significante no tratamento de pacientes com AVC de alta complexidade”, afirma a médica chefe do Departamento de Neurologia, Fernanda Maia. “Conseguimos ofertar hoje um atendimento especializado que vai desde o acolhimento pela equipe de enfermagem até os procedimentos mais complexos, alguns deles realizados em pouquíssimas instituições do País”, ressalta.
Todos os tipos de AVC são tratados no hospital, tanto o isquêmico (AVCI) quanto o hemorrágico (AVCH). “Nosso tempo de atendimento tem níveis de excelência dos melhores centros de tratamento do mundo”, garante Maia.
A unidade de AVCI existe há 12 anos no hospital e possui 20 leitos para tratamento de pacientes. Já a unidade de AVCH, recentemente implantada, conta com 15 leitos e é a única do Brasil a atender este perfil de pacientes. Anualmente, mais de duas mil pessoas são atendidas no hospital, número bem acima da média dos principais centros de atendimento do gênero no planeta.
Neste ano, por causa da pandemia de Covid-19, o HGF não realizou atividades de extensão com os pacientes, mas manteve os programas de educação continuada para os familiares. Além disso, o hospital participou de uma campanha da World Stroke Organization (WSO) ou Organização Mundial do AVC, em português; chamada “Tempo Precioso”. Por meio da campanha, postagens sobre AVC foram disseminadas nas redes sociais dos funcionários do hospital.
AVC e sistema hidráulico
A coordenadora do Departamento de Neurologia do HGF, Fernanda Maia, compara o AVC a um sistema hidráulico. Segundo ela, os canos seriam nossos vasos cerebrais e a água, o sangue que passa por esses vasos. Uma vez que o cano entope, a exemplo do que ocorre no AVC isquêmico, a água não consegue se movimentar e chegar aos locais em que ela é necessária.
“Isso [o entupimento dos vasos] causa danos muito sérios, porque as células do cérebro não conseguem ficar muito tempo sem os nutrientes que estão contidos no sangue”, diz Fernanda.
Já no AVC hemorrágico, o cano, que são nossos vasos cerebrais, é quebrado. Logo, o sangue que estava circulando ali inunda o cérebro.
“O AVC lembra muito a perda de um fluxo e a perda da chegada daquilo que é essencial para as nossas células conseguirem sobreviver”, conclui a médica.
Quais são os tipos de AVC?
AVC Hemorrágico:
– Acontece devido ao rompimento de um vaso sanguíneo
– Corresponde a 20% dos casos de AVC
– É o tipo mais grave
AVC Isquêmico:
– Acontece devido ao bloqueio de um vaso sanguíneo
– Corresponde a 80% dos casos de AVC
-É o tipo menos grave, mas também deve ser tratado com urgência
Como identificar um AVC?
Os médicos costumam aconselhar o paciente a lembrar da sigla Samu, que, nesse caso, não significa Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
– S de sorriso assimétrico;
– A de abraço que não sustenta os braços;
– M de mensagem não compreensível por parte do paciente;
– U de urgente, chame o Samu discando 192.
É possível prevenir um AVC?
Na grande maioria dos casos, o AVC pode ser prevenido.
Atitudes para prevenir o AVC:
– Controle o colesterol, diabetes e pressão arterial;
– Mantenha um peso saudável;
– Escolha uma dieta rica em frutas, verduras e grãos integrais;
– Pratique exercícios físicos pelo menos 30 minutos por dia;
– Evite sódio, alimentos gordurosos e processados
-Mantenha o acompanhamento médico e faça exames de rotina.
Fatores de risco para desenvolver um AVC:
– Pressão alta
– Fumo
– Obesidade
– Alimentação inadequada
– Sedentarismo
– Colesterol elevado
– Diabetes
– Problemas cardíacos
– Uso abusivo de bebidas alcóolicas
Fonte: O Povo Online