O sucesso conquistado ao longo da última década impactou positivamente outras cidades vizinhas a Iguatu. Diversos municípios da região Centro Sul também passaram a abrir fábricas
A cidade de Iguatu é polo de fabricação de cadeiras de balanço com 15 fábricas e uma produção média mensal estimada em 60 mil peças. A comercialização é feita para as regiões Norte, Nordeste e Sul do Brasil. A atividade gera 600 empregos diretos. Houve diversificação de modelos, e a tendência atual é o uso de uma fibra sintética em substituição ao fio plástico de PVC.
Em 2000, Iguatu contava com quatro fábricas que produziam por mês cerca de 20 mil peças. Dez anos depois, a produção triplicou. O número de unidades também cresceu no período. Entre 2012 e 2015, o segmento estabilizou-se. Mas em 2016, a crise econômica trouxe dificuldades para o setor. Foi preciso reduzir custos e enfrentar com coragem os obstáculos. Hoje, são 15 fábricas que se mantêm ativas, embora tenha sido necessário reduzir a produção pela metade e terceirizar o processo de colocação das fibras, diminuindo o número de empregados contratados. Agora, paga-se pela produção.
Expansão
Passada a crise, outras cidades também começaram a abrir fábricas especializadas em produzir cadeiras de balanço. Um exemplo é Várzea Alegre que já conta com sete unidades. O sucesso local incentivou a abertura de negócios semelhantes em outros centros urbanos do Estado.
A fábrica DK, instalada há sete anos, em Iguatu, é um exemplo de sucesso e de expansão dos negócios. Recentemente, mudou-se para uma área própria, ampla, às margens da CE-060. São fabricadas por mês nove mil peças e gerados 120 empregos diretos. “No auge, chegamos a fabricar entre 15 mil e 20 mil peças por mês”, lembra o empresário Cláudio Vitorino.
O empreendedor tem uma história de vida marcada por superação. Começou a vida profissional como mototaxista e crediarista. “Comecei vendendo quatro cadeiras”, recorda. Em 2009, abriu sua própria fábrica. “No início, só contava com 10 funcionários e fabricava 800 cadeiras por mês, mas hoje são nove mil”.
Cláudio adquiriu maquinário para fabricar a matéria-prima – a fibra e os fios plásticos, reduzindo custos de produção em pelo menos 20%. As cadeiras fixas de balanço em molas dominam a linha de produção. Há banquetas para bar, centro e os modelos tradicionais. “Hoje, quem manda é o cliente, temos de seguir o gosto dele, a tendência do mercado”, pontuou.
“As pessoas não querem mais aquelas tradicionais, de balanço”, disse o empresário Genival Pereira, da Cia da Cadeira. “Mais de 80% dos pedidos são d o modelo de balanço fixo e temos de acompanhar o desejo dos consumidores”.
Experiência
O pioneiro na produção das cadeiras de ferro foi o empresário Glaudério Rodrigues. Depois de alguns anos com experiência em uma indústria de metalurgia, instalou a fábrica de móveis tubulares Rei do Balanço. “Vi que os crediaristas vendiam bem esse tipo de produto e segui a tendência”.
Outro case de sucesso é do empresário Edival Lima Pereira. Ele fabricava mesas e cadeiras de madeira entre 1995 e 2002. Em 2003, começou a fabricar as cadeiras de balanço e, hoje, chega a produzir 25 mil peças por mês.
Fonte: Diário do Nordeste