A esperança de operar mais um modal de transporte foi alimentada por Rodrigo Otaviano Vilaça, presidente do grupo, em fotos divulgadas em seu perfil no LinkedIN

Ao que parece, a tradicional Viação Itapemirim persegue os planos para a abertura de uma empresa aérea no Brasil, ao passo em que ainda enfrenta um duro processo de Recuperação Judicial em meio à pandemia da Covid-19.

A esperança de operar mais um modal de transporte foi alimentada por Rodrigo Otaviano Vilaça, presidente do grupo, em fotos divulgadas em seu perfil no LinkedIN. Nelas, a maquete de um Bombardier Q400 (Viking Air DHC-8-400) nas cores da companhia repousa sobre uma mesa.

Na imagem, o turboélice ostenta as tradicionais cores amarelas da empresa, as mesmas que já estamparam os Boeings 727 cargueiros e Cessnas C208 Caravan, numa empreitada no setor de carga aérea nos anos 1990, que durou poucos anos.

Os turboélices Q400 podem levar até 90 passageiros e são o principal concorrente do ATR 72, amplamente utilizado no Brasil pela Azul Linhas Aéreas, Passaredo, Total e MAP. Apesar de mais caro, o Q400 tem performance melhor em alguns tipos de rotas, tendo também maior capacidade de carga e passageiros.

A versão menor Q300 (DHC-8-300) operou por tempo limitado no Brasil pela TABA – Transportes Aéreos da Bacia Amazônica, mas não se provou rentável na companhia.

Com essas aeronaves, a Itapemirim pretenderia focar no mercado regional, inovando ao integrar a passagem aérea com a de ônibus, algo inédito no país. Para tanto, estaria trabalhando na captação de R$ 2,2 bilhões de reais de um grupo de investidores de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, conforme divulgado no final do ano passado.

Recuperação Judicial

Nenhum detalhe a mais foi divulgado, além da foto. No entanto, a apresentação das imagens coincide com a decisão da justiça em liberar 80% do dinheiro retido em uma conta garantia destinada a pagar os débitos do Plano de Recuperação Judicial. Note-se, esse valor liberado não refere-se a recursos disponíveis para uso livre, mas devem ser destinados a pagar credores em um momento de crise como o que estamos passando.

A empresa de viação criou a Kaissara como forma de continuar operando no transporte rodoviário, mesmo com dívidas com diversos credores e fornecedores, mas isso não evitou algumas execuções de dívida que, inclusive, resultaram em apreensões de bens da empresa (inclusive de ônibus).

Em resumo

Ainda é cedo para afirmar que haverá uma nova empresa de aviação do Grupo Itapemirim, mas pode ser que o aporte dos árabes, se concluído, abra essa janela de oportunidade. É inegável que, mesmo em crise, a empresa conhece muito sobre o transporte de passageiros, ainda que seu foco esteve a vida no rodoviário.

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