Em inquérito enviado ao STF, a Polícia Federal acusa o ex-líder do governo de ter recebido propina para viabilizar financiamento milionário pelo BNB

1424279_547937015299208_840218183_n-1Já foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) inquérito da Polícia Federal que acusa o ex-líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), de ter recebido propina em até R$ 97 mil na Lava Jato. A ação se baseia em delação premiada de Alexandre Romano – o “Chambinho” –, ex-vereador do PT preso na Operação.

Segundo nota da PF, investigação “comprovou que um deputado do Ceará” recebeu propinas em troca de sua intervenção junto a um ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB), que seria seu apadrinhado político. Em razão dessa atuação, teria sido facilitado financiamento de R$ 260 milhões para empresa responsável pela construção de usinas eólicas na Bahia.

Apesar de a nota da PF não divulgar o nome de Guimarães diretamente, as informações confirmadas batem com trechos da delação de Chambinho sobre o deputado. Em junho deste ano, o deputado cearense inclusive prestou depoimento à PF sobre o caso.

Propina em cheques

Segundo a PF, a propina foi paga através de dois cheques do delator. O primeiro, no valor de R$ 30 mil, foi descontado pelo escritório de advocacia responsável pela defesa do parlamentar no processo do Mensalão. O segundo cheque, de R$ 67,7 mil, foi destinado a uma companhia que fornecia material a uma empresa gráfica que prestava serviços a Guimarães.

Ainda segundo a nota da PF, foram “identificados elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro pelo parlamentar”, bem como indícios de corrupção passiva qualificada pelo ex-presidente do BNB citado.

Outro lado

Em nota, o deputado José Guimarães rejeitou as denúncias e “repudiou” acusação da PF. “Jamais pratiquei ato de natureza imprópria junto a qualquer instituição. Conforme declarei anteriormente, tenho a consciência tranquila de que jamais me beneficiei de recurso público, razão pela qual demonstro repúdio a todas as acusações”.

“Meu trabalho como deputado pressupõe o diálogo com inúmeras instituições públicas, bem como atendimentos a diversos interlocutores de todas as esferas (…) caso se concretize o indiciamento, será a oportunidade de provar minha inocência. E é isso que farei”, diz.

Em junho dste ano, delação de Chambinho levou à prisão de outra liderança do PT, o ex-ministro Paulo Bernardo. José Guimarães é irmão de José Genoíno, ex-presidente do PT preso durante o Mensalão.

Redação O POVO Online

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