Homem rompeu tornozeleira eletrônica no seu Estado e fugiu para o Ceará. Segundo ele, o objetivo era fugir de uma facção rival, que o decretou de morte

Um líder de uma facção criminosa de Goiás, preso em Fortaleza no último sábado (11), revelou à Polícia Civil do Ceará (PCCE) que estava na capital cearense há quatro meses e que havia comprado uma identidade falsa na internet. O objetivo dele era fugir de uma facção rival, que o decretou de morte.

Lucas Rodrigues de Souza, de 39 anos, conhecido como ‘Paulo Bayer’ ou ‘Amigão’, foi capturado em uma ação das polícias militares do Ceará (PMCE) e de Goiás (PMGO), na saída de um shopping localizado no bairro Papicu, por força de um mandado de prisão da Justiça Estadual de Goiás.

O mandado de prisão foi expedido pela 2ª Vara de Execução Penal de Goiás, em março deste ano, em razão de Lucas de Souza ter rompido uma tornozeleira eletrônica que o monitorava. Ele também alegou que cometeu a infração para fugir dos rivais.

Lucas admitiu, em depoimento ao 2º DP (Aldeota), que integra uma facção local de Goiás e que foi jurado de morte por uma organização criminosa carioca, que atua em todo o Brasil, inclusive no Ceará. Em Goiás, ele já foi preso por tráfico de drogas. Segundo a Polícia cearense, ele é o número 2 da facção no estado goiano.

R$ 600 Para se esconder, o então foragido escolheu um condomínio de luxo localizado na Avenida Abolição, no bairro Meireles, onde morou por quatro meses com a companheira, segundo ele. No dia da prisão, o casal tinha ido almoçar em um shopping no Papicu. A identidade falsa apreendida na abordagem, ainda de acordo com o suspeito, foi comprada por R$ 600, em negociação pelo aplicativo WhatsApp com uma pessoa desconhecida.

JUSTIÇA DECRETA PRISÃO PREVENTIVA

Além do cumprimento do mandado de prisão preventiva, Lucas Rodrigues de Souza foi preso em flagrante pelo crime de uso de documento falso. No último domingo (12), o Plantão Judiciário converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva.

Compulsando o feito vertente, verificam-se fortes indícios do risco de reiteração delitiva por parte do autuado, pois o mesmo responde a processos criminais no Estado do Goiás, com notícia de seu envolvimento em tráfico de drogas e com mandado de prisão em aberto.” FLÁVIA SETÚBAL DE SOUSA DUARTE – Juíza de Direito

A magistrada acatou o parecer do Ministério Público do Ceará (MPCE) a favor da decretação da prisão preventiva. “Trata-se de um crime, cuja a natureza não contém como elemento do tipo, a violência física e/ou grave ameaça, entretanto, verifica-se que o autuado representa um risco à sociedade, haja vista que em seu interrogatório, o próprio acautelado informa que fazia uso de tornozeleira eletrônica pelo crime de tráfico, cometido no Estado de Goiás, tendo-lhe rompido, estando foragido por se encontrar ameaçado de morte”, alegou o Órgão.

Já a Defensoria Pública do Ceará pediu pelo relaxamento da prisão de Lucas e pela aplicação de medidas cautelares. Segundo o defensor público, “temos como possível a concessão da liberdade ao acusado, eis que não há qualquer perigo à ordem pública ou econômica, tampouco à conveniência da instrução criminal ou risco para a aplicação da lei penal”.

Fonte: Diário do Nordeste

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