A mãe do terrorista concedeu entrevista ao jornal “The Gardian” nesta sexta-feira
“As pessoas na universidade mudaram ele. Ele se tornou um homem diferente”, a afirmação é de Alia Ghanem, de 70 anos, mãe de Osama Bin Laden. Esta é a primeira entrevista que a mãe do terrorista concede à imprensa e foi publicada no jornal britânico “The Guardian” nesta sexta-feira, dia 03.
Alia conta que o filho sempre foi um menino tímido, bondoso e que gostava de estudar até o momento que ele começou a frequentar a Universidade King Abdulaziz, na cidade saudita de Jeddah. “Ele foi uma criança muito boa até conhecer algumas pessoas que praticamente fizeram uma lavagem cerebral quando ele tinha seus 20 e poucos anos. Você pode chamar isso de culto”, afirmou Alia Ghanem. Foi na mesma universidade que Bin Laden conheceu Abdullah Azzam, um membro do grupo radical Irmandade Muçulmana, que se tornou o seu conselheiro espiritual.
“Eles conseguiram dinheiro para a causa deles. Eu sempre dizia a ele para ficar longe deles, e ele nunca iria admitir para mim o que ele estava fazendo, porque me amava muito”, disse ela. Acompanhada de dois irmãos de Osama e de seu segundo marido, que criou Bin Laden desde os 3 anos de idade, a família conta que depois do ataque de 11 de setembro em Nova York, integrantes da família que moravam na Síria, no Líbano, no Egito e na Europa tiveram que voltar para Arábia Saudita e foram interrogados por autoridades locais. Eles complementam que ficaram proibidos de viajar.
Na ausência da mãe, os irmãos de Bin Laden contam que se sentiram envergonhados pelo irmão. “Do mais jovem ao mais velho, todos nos sentimos envergonhados por ele”, diz o irmão de Bin Laden, Ahmad. E complementa que a mãe “o amava muito e se recusa a culpá-lo. Em vez disso, ela culpa os que o rodeiam. Ela só conhece o lado do bom garoto, o lado que todos nós vimos. Ela nunca chegou a conhecer o lado jihadista”.
Osama Bin Laden era o líder da Al-Qaeda e foi o responsável pelo ataque contra as Torres Gêmeas, em Nova York, em 11 de setembro de 2001, que deixou cerca de 3 mil mortos. O terrorista foi morto em maio de 2011, em uma operação do serviço de inteligência americano no Paquistão.
Por Thomas Pacheco
