Fenômeno de acúmulo de microalgas nas águas do mar da praia do Futuro é comum nos fins e inícios de ano

As manchas amarronzadas que surgem na orla da Praia do Futuro todo final e início de ano podem assustar banhistas desavisados que, ao observar o fenômeno, associam a derramamento de óleo ou a qualquer outro tipo de poluição. As machas, na verdade, tratam-se do acúmulo de diatomáceas, um tipo de microalga que é arrastada do fundo para a superfície devido ao movimento das águas.

“Aparecem quando fica muito quente e, normalmente, quando chove à noite ou pela manhã, mas depois sai o sol. Nutrientes e calor é tudo o que precisam para se reproduzir. A chuva traz os nutrientes e o sol traz o calor”, explica o professor do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (Labomar/UFC) Luis Ernesto Arruda.

Além do Brasil, o fenômeno do acúmulo das microalgas ocorre em outros países, como na Austrália e na África do Sul. A característica em comum entre as praias é o clima subtropical e temperado, que influencia na quantidade de nutrientes, calor e movimento da maré.

A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) informou que, apesar das algas diatomáceas não serem nocivas ao ser humano, o seu acúmulo pode fazer surgir outros tipos de algas, que podem ser nocivas. Por causa disso, a Superintendência desaconselha o banho no local da mancha.

Movimento swell

Em pesquisa feita pela UFC em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), estão entre os fatores mais importantes para a ocorrência do fenômeno um movimento chamado swell, que traz as algas que estão no fundo para a superfície, pois apenas os nutrientes não são capazes de influenciar a posição dos organismos.

Isso justifica o fato das manchas só ocorrerem em lugares específicos.

As diatomáceas

As diatomáceas são organismos unicelulares que chegam a atingir 2 milímetros de tamanho e vivem junto à areia, no fundo do mar.

Fonte: O Povo Online

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