Uma missão com mais de 100 empresários da Itália chegou ontem (23) ao Brasil para uma série de encontros em São Paulo visando analisar oportunidades comerciais e de cooperação entre os dois países. As informações são da Agência ANSA
Anunciada em setembro ao presidente Michel Temer pelo primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, durante a Cúpula do G20 na China. a missão é guiada pelo subsecretário de Desenvolvimento Econômico da Itália, Ivan Scalfarotto. A iniciativa traz empresários das áreas de meio ambiente, energia, infraestrutura, transportes, tecnologia da informação, agrícola, automobilística e de comunicação, além de uma delegação do ramo aeroespacial, setor no qual Itália e Brasil mantêm parcerias de cooperação.
A missão ocorre entre hoje e amanhã, em São José dos Campos e São Paulo capital, e conta com o apoio da embaixada italiana em Brasília, da Agência Espacial Brasileira e da Agência Espacial Italiana.
Em São José dos Campos, o enfoque é promover ideias e propostas de colaboração industrial entre os dois países no setor aeroespacial. As atividades ocorrem hoje no Parque Tecnológico de São José e, amanhã no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), onde haverá um workshop sobre colaboração no setor acadêmico e pesquisa tecnológica aeroespacial, pressuposto essencial para a inovação tecnológica no campo civil e militar.
Em São Paulo, o foco da missão é a realização de um Fórum Econômico e de mesas-redondas em setores como agronegócio, comunicação, infraestrutura e tecnologia. Os workshops começam hoje e culminam com o evento principal na manhã de sexta-feira.
Segundo o Instituto Italiano de Estatísticas (Istat), a corrente comercial registrada entre Brasil e Itália em 2015 atingiu um valor de US$ 7,8 bilhões e projeta o Brasil como o principal parceiro comercial dos italianos na América Latina. Para os brasileiros, a Itália é o segundo principal parceiro comercial na Europa, depois da Alemanha, representando 2,2% de todo o comércio exterior do Brasil.
Entre 2010 e 2015, as exportações italianas para o Brasil registraram uma média anual de US$ 5,9 bilhões. Ainda de acordo com o Istat, mais da metade das exportações italianas para o Brasil (57%) são compostas por maquinários e produtos de elevado conteúdo tecnológico. No segmento de bens de capital, em particular, a Itália é o quarto principal fornecedor do Brasil, com uma quota de 7,8% do total das importações brasileiras na área.
Em contrapartida, o Brasil fornece à Itália minérios, couro, madeira e materiais fibrosos, além de chá, café e especiarias. No ano passado, essa dinâmica comercial favoreceu a balança comercial italiana em US$ 727 milhões.
No que se refere aos investimentos diretos estrangeiros, segundo o Censo de Capitais Estrangeiros dlo Banco Central do Brasil, a Itália possui o oitavo maior estoque de capitais investidos no Brasil (US$ 17,1 bilhões), divididos entre os setores de informação e comunicação (34,9%), indústrias extrativas e de transformação (26,1%), energia e gás (21,8%), transporte e armazenagem (6,3%) e outros (10,9%). (ANSA)