Na sentença, juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, condenou ex-governador do Rio a 45 anos e dois meses de detenção

O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foi condenado a 45 anos e dois meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Cabral e mais 11 pessoas, incluindo sua mulher, Adriana Ancelmo, foram condenados na sentença final da Operação Calicute, desdobramento da Operação Lava Jato, proferida na quarta-feira (20), pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

O Ministério Público Federal (MPF), no entanto, vai recorrer da sentença e quer uma sentença de 86 anos e oito meses de prisão. Os procuradores, de acordo com informações do portal G1, querem aumentar a pena por lavagem de dinheiro. Em relação a este crime, a condenação do juiz Marcelo Bretas foi de 13 anos.

Quando da sentença, Bretas explicou que considerou como agravante o fato de Cabral ter sido o líder da organização criminosa. “Principal idealizador dos esquemas ilícitos perscrutados nestes autos, o condenado Sergio Cabral foi o grande fiador das práticas corruptas imputadas. Em razão da autoridade conquistada pelo apoio de vários milhões de votos que lhe foram confiados, ofereceu vantagens em troca de dinheiro. Vendeu a empresários a confiança que lhe foi depositada pelos cidadãos do estado do Rio de Janeiro, razão pela qual a sua culpabilidade, maior do que a de um corrupto qualquer, é extrema”, escreveu Bretas.

O MPF também pretende recorrer para aumentar a pena da ex-primeira dama Adriana Ancelmo. Ela foi condenada a 18 anos e três meses de reclusão por lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

No dia em que a sentença foi divulgada, o advogado Rodrigo Roca, que representa Cabral, divulgou vídeo em que classificou a pena como uma violência ao estado democrático de direito. “Só reforça a arguição de suspeição que nós fizemos contra o juiz que a prolatou. A condenação do governador pelo juiz Marcelo Bretas era um fato, era esperada, todo mundo sabia disso”, disse Roca, adiantando que vai apelar à instância superior.

A Operação Calicute investigou a relação entre o poder político no governo Cabral e empresas prestadoras de serviços, fornecedoras de produtos e empreiteiras responsáveis por grandes obras, principalmente para a Copa de 2014.

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