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ec4cc24d-29bc-486c-beb6-000af48e4d84O atacante Neymar havia abdicado da condição de capitão da Seleção Brasileira logo após a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, mas voltou atrás nessa decisão e assumirá a faixa na partida contra o Paraguai, nesta terça-feira, às 21h45 (de Brasília), no estádio de Itaquera. Sorridente e calmo com a novidade, o craque da equipe deixou bem claro quem foi o responsável por mudar sua ideia a respeito do tema: o técnico Tite.

“Foi uma decisão que eu tive após a Olimpíada por tudo o que falaram, o que aconteceu. Senti que não era o momento de exercer essa posição. Mas, com o decorrer dos meses, com professor Tite falando, além do grupo ser maravilhoso… é por ele (Tite)”, comentou o jogador, sentado ao lado do comandante na sala de entrevistas da arena corintiana, fazendo um pequeno sinal com o polegar para explicitar a figura responsável pela decisão.

“Para ajudar o Tite vale qualquer esforço, qualquer meta. É um cara que eu admirava de longe e passei a admirar ainda mais quando comecei a conviver de perto. Ele me escolhendo como capitão fico muito feliz novamente e claro que estou fazendo isso por ele”, avaliou o jogador do Barcelona, que voltou a dar entrevistas pela Seleção também depois de um longo período: 244 dias exatamente.

Tite, que ouviu sem esboçar reação às primeiras palavras do comandado, gosta de promover um rodízio de capitães nas equipes que dirige – costume adquirido nos tempos de Corinthians –, para que todos os seus atletas se sintam importantes. Em sua passagem pela Seleção, ele já entregou a faixa ao zagueiro Miranda e ao lateral direito Daniel Alves, ambos duas vezes, ao esquerdo Filipe Luís, ao volante Fernandinho e ao meia Renato Augusto.

“O Tite me fez pensar no modo de agir, de trabalhar. Falou que tem muita coisa para acontecer. O rodízio que o professor faz de capitães também não me deixa o melhor nisso ou naquilo. O cara não precisa da braçadeira para ser capitão, pode dar uma bronca se alguém errar mesmo sem a braçadeira. Acho que é uma condição mais pessoa, independentemente de quem tem a faixa”, continuou Neymar, que acabara de fazer o treino de reconhecimento do gramado.

“Ele merece a tarja de capitão”, começou Tite, motivado a falar pela imprensa antes que Neymar deixasse a sala. “Ele passou por muita coisa. O futebol é uma coisa de conjunto e ele faz parte do conjunto, como fez contra a Colômbia para roubar uma bola, a equipe rodar e ele finalizar. Por isso que o simbolismo da capitania é mudado, porque toda a equipe pode. A faixa é um simbolismo. Ele merece estar aqui nessa condição”, concluiu o treinador.

Com 30 pontos na tabela de classificação, a Seleção pode até assegurar uma vaga na Copa do Mundo se conseguir uma vitória sobre os paraguaios. Para que isso aconteça, porém, precisaria que tanto Chile quanto Equador, que enfrentam Venezuela e Colômbia, respectivamente, percam seus jogos.

 

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