A ideia é impedir que a tele siga o mesmo caminho da Sercomtel
Metade dos credores da Oi fechou acordo e definiu um novo plano de reestruturação para tirar a empresa da vala da recuperação judicial.
A ideia é impedir que a tele siga o mesmo caminho da Sercomtel (que atende o interior do Paraná), que enfrentará nesta quinta-feira (24) julgamento pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) da cassação das suas licenças.
Fazem parte do grupo de credores da Oi os principais detentores de títulos emitidos pela companhia no exterior (“bondholders”). Juntos, eles afirmam ter 51% dos votos na assembleia geral de credores prevista para o final de setembro e que marcará o destino final da tele hoje afundada em um processo de recuperação judicial com uma dívida de R$ 64,5 bilhões.
Entre esses credores, estão o Comitês Diretivos do International Bondholder Committee e Ad Hoc Group (dele faz parte o bilionário egípcio Naguib Sawiris) e o grupo de Export Credit Agencies (ECAs) representado pela FTI Consulting, que conta com fundos como o Aurelius.
Esse grupo não concorda com o plano de recuperação judicial que será apresentado e votado na assembleia geral e que já foi recusado pela Anatel. Por isso, fecharam sua própria proposta.
De acordo com ela, para que a Oi tenha condições de avançar, será preciso fazer a conversão em participação na empresa (ações) de R$ 26 bilhões dos R$ 32 bilhões em créditos dos títulos emitidos no exterior.
Essa operação levaria à diluição dos atuais acionistas e à perda de assentos no conselho, que hoje decide o rumo da Oi.
Também será preciso renegociar as dívidas com credores financeiros e, depois disso, investir mais R$ 3 bilhões na empresa. Representantes do grupo afirmam que os recursos sairão de cada credor do grupo na proporção de sua participação atual na companhia.
BALANÇO
A situação da Oi é dramática. Embora a dívida na recuperação judicial seja de R$ 64,5 bilhões, fora da Justiça, as pendências da empresa não param de surgir.
Nesta semana, a tele foi inscrita na Dívida Ativa da União por deixar de pagar R$ 3,2 bilhões ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) pelo direito de instalação de sua rede de cabos nas margens das rodovias.
Segundo técnicos da Anatel, os gastos com manutenção de rede e promoções de venda foram reduzidos demais e já são preocupantes.
Embora a companhia tenha planejado investimentos de cerca de R$ 4,5 bilhões para este ano, eles não são suficientes para fazer frente à concorrência.
A empresa contesta, dizendo que gera caixa e faz investimentos necessários, mas a Anatel considera abrir processo de caducidade, a exemplo do que, nesta quinta, pode fazer com a Sercomtel.
Com informações da Folhapress.