Temendo a possível presença de mais uma doença afetando a saúde pública, população espalha informações incorretas sobre a infecção, sendo fundamental esclarecê-las

Após o registro de pelo menos três focos da peste suína clássica no Ceará, dúvidas e informações incorretas surgem entre a população, que teme a possível presença de mais uma doença afetando a saúde pública. É importante, então, esclarecer: o que causa a doença? Ela afeta seres humanos? Tem prevenção?

Confira as principais informações sobre a PSC:

– O que é a peste suína clássica (PSC)?

Também conhecida como febre suína ou cólera dos porcos, a PSC é uma doença causada por vírus, que tem como possíveis hospedeiros apenas porcos e javalis.

– A peste suína pode ser transmitida a humanos?

Não, a doença não é uma zoonose, ou seja, não representa riscos de saúde para humanos, segundo explica o diretor de sanidade animal da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), Amorim Sobreira.As ameaças recaem sobre os produtores locais, que podem perder parcelas consideráveis das criações de animais.

– Se uma pessoa consumir a carne de porco contaminada, vai contrair alguma doença?

“Nem o consumo da carne causa problema ao ser humano. Os riscos são exclusivamente para os produtores suínos, é um problema de ordem econômica”, esclarece o diretor de sanidade animal da Adagri.

– Quais locais do Ceará têm registros de contaminação?

Foram identificados casos em Forquilha, Groaíras e Santa Quitéria, todos no Noroeste do Estado. No primeiro município, o Ministério da Agricultura identificou um foco de peste suína e cerca de 130 animais de uma propriedade foram sacrificados.

– Quais os prejuízos possíveis causados pela peste suína?

Com o estado de emergência decretado pelo Governo do Estado nos municípios com presença de foco, os produtores estão proibidos de exportar ou importar porcos, impactando na economia.

– Como os porcos são infectados pelo vírus?

Pelo contato direto com animais doentes; por pessoas, utensílios, veículos, roupas, instrumentos e agulhas com o vírus; por restos de alimentos mal conservados ou por transmissão da mãe para o filhote, ainda na placenta, como descreve o Ministério da Agricultura.

– Como impedir que a contaminação se espalhe pelo Ceará?

De acordo com a Adagri, foi iniciada uma força-tarefa com 20 técnicos para fazer inspeções nas propriedades onde foram encontrados os focos da doença. Essas áreas, todas de pequeno porte, permanecem isoladas, para que novos animais não tenham risco de infecção.

– Existem formas de prevenção da doença?

A vacinação é eficiente no controle da doença, mas, de acordo com o Ministério da Agricultura, não elimina a infecção. O Ceará não faz parte da zona livre de peste suína clássica, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), devido à dificuldade de controlar a origem e o trânsito de suínos.

Fonte: Diário do Nordeste

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