A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira três dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), incluindo o presidente afastado Coaracy Nunes, como parte de uma investigação sobre um suposto esquema de fraude com recursos públicos que pode ter desviado até 40 milhões de reais que deveriam ter sido destinados à preparação de atletas para competições.
A operação, chamada Águas Claras, foi deflagrada após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro sobre irregularidades na gestão da confederação, de acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
Entre as supostas fraudes investigadas estão licitações para aquisição de equipamentos de natação no valor aproximado de 1,5 milhão de reais, que teriam sido fechados com empresa de fachada, e a contratação com suspeitas de irregularidade de agência de turismo que venderia passagens aéreas e hospedagens para os atletas com preços superfaturados.
“A operação apura ainda a suposta apropriação por parte dos dirigentes da CBDA de premiação de 50 mil dólares que deveriam ter sido repassados a atletas”, acrescentou o MPF em comunicado.
Foram expedidos pela Justiça quatro mandados de prisão preventiva, sendo que três tinham sido cumpridos até o início da tarde e um dirigente ainda estava sendo procurado.
A Justiça Federal também decretou duas prisões temporárias, a pedido do MPF. Todos são investigados pela suposta prática de organização criminosa, peculato, falsidade ideológica, fraude à licitação e sonegação fiscal, de acordo com comunicado da Justiça Federal em São Paulo.
“Segundo o MPF, o presidente da CBDA teria se associado a outros dirigentes e a particulares para a prática de atos ilícitos, bem como se apropriado e desviado verbas dos cofres da Confederação, oriundas de repasses do governo federal e empresas estatais, como os Correios”, informou a Justiça.
Foram cumpridos ainda quatro mandados de condução coercitiva contra empresários que participaram de licitações com indícios de irregularidades e 16 de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, de acordo com as autoridades.
“Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte, sem a devida aplicação –conforme previsto em lei e nos contratos assinados”, afirmou a Polícia Federal.
Com informações de Reuters..