Avenida Paulista vazia durante a quarentena - Alexandre Schneider/Getty Images

Relatório projeta cenário devastador para as economias da América Latina em 2020 e reitera a importância de se expandir programas sociais neste momento

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para a economia da América Latina e do Caribe serão devastadores. Segundo o relatório “A Economia nos Tempos da Covid-19” do Banco Mundial, divulgado neste domingo, 12, o Produto Interno Bruto (PIB) da região – excluindo-se a Venezuela – terá retração de 4,6% este ano. No Brasil, o impacto será ainda maior. O banco projeta uma derrocada de 5% no PIB em 2020.

Dentre os 26 países analisados pelo Banco Mundial, apenas Guiana e República Dominicana conseguirão escapar ilesos da crise provocada pelas medidas restritivas como forma de combate à pandemia em toda região. Além do Brasil, as maiores quedas serão sentidas em países como Equador, onde o PIB local deve registrar retração de 6%; México (-6%) e Argentina (-5,2%). A instituição, no entanto, não descarta que uma retração ainda maior à divulgada ocorra, já que os efeitos são calculados diante do cenário atual, mas a situação na região pode se deteriorar dependendo da evolução diária da pandemia.

Além disso, os números do Banco Mundial estimam uma recuperação mais lenta para o Brasil em 2021. Enquanto a América Latina e Caribe como um todo crescerá 2,6% no próximo ano, a projeção da instituição é de que o PIB brasileiro cresça apenas 1,5%. Segundo o banco, os governos devem considerar apoiar instituições do setor financeiro em busca de proteger os empregos na região. “Precisamos ajudar as pessoas a enfrentar esses enormes desafios e garantir que os mercados financeiros e os empregadores sobrevivam à tempestade”, disse Humberto López, vice-presidente interino do Banco Mundial para América Latina e Caribe. “É preciso limitar os danos e lançar as bases para a recuperação o mais rapidamente possível.”

Uma solução para mitigar os impactos da pandemia, de acordo com a instituição financeira, seria ampliar a cobertura de programas sociais na região. Um problema ressaltado pelo relatório, entretanto, é os níveis elevados de informalidade no mercado de trabalho na América Latina, o que torna ainda mais difícil que os sistemas de proteção social alcance a todas as famílias e que se protejam todas as fontes de emprego. “Muitas famílias vivem ‘da mão para a boca’ e não dispõem de recursos para suportar os bloqueios e quarentenas necessários para conter a propagação da pandemia. Muitos também dependem de remessas internacionais, que estão em colapso”, afirma o relatório.

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