O Palácio do Planalto vê a reeleição do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como o melhor cenário para o governo, mas avalia que o deputado precisa se assegurar de que, juridicamente, poderá ser reeleito, disseram fontes do Palácio do Planalto.
Oficialmente o Executivo não apoiará nenhum dos candidatos da base aliada. Partes do governo, no entanto, trabalham diretamente pela candidatura de Maia -mais diretamente o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimento, Moreira Franco.
O Planalto, no entanto, teme que alguém questione no Supremo Tribunal Federal (ST) a reeleição de Maia e, mesmo que a corte confirme seu mandato, o deputado se enfraqueça no processo.
Maia já pediu pareceres jurídicos para embasar sua candidatura e usa o precedente de Garibaldi Alves -que em 2008 cumpriu um mandato-tampão com a renúncia de Renan Calheiros e tentou concorrer a um novo mandato. À época, Alves apresentou seis pareceres que confirmavam a legalidade de concorrer mais uma vez.
A simpatia do Planalto se deve principalmente ao histórico de Maia à frente da Câmara. Até agora, o deputado conseguiu conduzir as votações sem grandes crises e garantiu aprovações significativas para o governo.
Além disso, é visto como alguém que poderia se eleger sem criar grandes rusgas na base aliada. “De todos os nomes é o menos problemático para o governo, o que tem menos potencial de rachar a base”, disse uma das fontes nesta segunda-feira.
Não há uma falta de candidatos na base aliada. Rogério Rosso (PSD-DF), que perdeu para Maia em julho, é um dos nomes de maior consenso no centrão. Além dele, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO) já se apresentou. Nenhum dos dois nomes, no entanto, teria o potencial de unir a base, avalia outra fonte palaciana.
O PSDB, que apoiou Maia apostando em ter um candidato em 2017, tem por enquanto Antônio Imbassahy (BA). O nome, no entanto, não tem muito potencial, na avaliação do Planalto. Imbassahy teria criado rusgas demais para conseguir uma candidatura forte.
“Ninguém tem embocadura para superar Rodrigo”, disse a outra fonte. “Se ele atender bem o centrão, pode rachar.” Depende de Maia conseguir negociar a distribuição de cargos na mesa e as comissões, acrescentou.