O depoimento do médico na delegacia instigou a corporação a suspeitar da participação de profissionais da unidade de saúde da Maré no sequestro

sequestro de um cirurgião no último domingo (15) para tratar de ferimentos de um traficante baleado do Complexo da Maré ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (17). A polícia investiga se médicos contratados pelo tráfico de drogas podem ter participado do crime. Um grupo com cerca de 50 bandidos invadiu a UPA da comunidade, na Zona Norte do Rio, e obrigou o médico a entrar numa ambulância roubada. Em depoimento realizado ontem (16) e nesta terça-feira (17), a polícia viu contradição entre as versões do motorista e do médico sequestrado.

O depoimento do médico na delegacia instigou a corporação a suspeitar da participação de profissionais da unidade de saúde no sequestro. Ele contou que termos técnicos eram questionados dentro da ambulância, como se os envolvidos tivessem conhecimento de medicina. O traficante atingido pode precisar amputar o braço, disse o médico.

“No local, além de traficantes armados, existiam pessoas que teriam muito conhecimento de medicina, então ele supõe que sejam médicos a serviço do tráfico de drogas”, detalhou, em entrevista ao Extra, o delegado Wellington Vieira, titular da 21° DP (Bonsucesso), que investiga o caso.

Depoimentos contraditórios

O motorista que dirigiu a ambulância prestou depoimento na manhã desta terça-feira (17). O médico foi ouvido no fim da tarde de segunda-feira, na 20° DP (Vila Isabel), e deve ser ouvido novamente em local não divulgado. “Não podemos citar quais são, mas existem. Por isso vamos chamar novamente o médico para depor. Não acredito que as pessoas estejam mentindo, mas pode ser que tenham omitido algum detalhe, devido a situação de grande periculosidade”, comentou o delegado.

Fonte: Notícias ao Minuto

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