Após a primeira imagem captada de um buraco negro, pesquisadores do Havaí envolvidos no projeto o nomearam de Pōwehi, que significa “fonte escura e embelezada de criação sem fim”.

Segundo o jornal “The New York Times” (NYT), os cientistas buscaram ajuda de um professor de linguística da Universidade do Havaí chamado Larry Kimura. A palavra tem origem no Kumulipo, um canto tradicional do Havaí usado para descrever a criação do arquipélago.

“Pō” significa fonte escura e profunda de criação sem fim e “wehi” significa honrado com embelezamento.

Ainda de acordo com o “NYT”, a ideia de nomear o buraco negro surgiu da necessidade dos cientistas havaianos de traduzir a descoberta para o idioma local. O Havaí teve participação de destaque na descoberta com dois telescópios localizados no arquipélago usados para fazer a imagem do buraco negro.

Para tornar Pōwehi o nome oficial do buraco negro é necessário que todos os cientistas envolvidos no projeto aprovem a ideia e que a União Astronômica Internacional dê a permissão final.

“Pōwehi é um nome poderoso porque traz verdades sobre a imagem do buraco negro que vemos”, disse Jessica Dempsey, diretora de um dos telescópios usados no Havaí, em vídeo publicado em uma rede social pela Universidade do Havaí.

O buraco negro

No dia 10 de abril, a primeira imagem já captada de um buraco negro foi divulgada. O feito é considerado um marco na física.

Os buracos negros são aglomerados com uma enorme massa de matéria concentrada em um volume reduzido, o que leva à distorção do espaço-tempo. A teoria geral da relatividade de Albert Einstein previa que qualquer estrela ou fóton que passasse perto do buraco negro seria capturado pela gravidade. Daí veio o nome: um local no espaço que ‘engole’ tudo que passa, até a luz.

O buraco negro cuja imagem foi divulgada nesta quarta está no centro da galáxia M87, a cerca de 50 milhões de anos-luz da Terra, segundo os responsáveis pelo projeto internacional. Ele tem 40 bilhões de quilômetros de diâmetro – cerca de 3 milhões de vezes o tamanho de nosso planeta – e é descrito pelos cientistas como um “monstro”.

A captação da imagem foi possível ao se observar o disco de acreção, um tipo de estrutura formada pelo movimento orbital ao redor de um corpo central, como se fosse água em um ralo. Perto do buraco negro, a formação do disco fica tão quente que brilha, emitindo luz.

Como foi feita a imagem?

O projeto ‘Event Horizon Telescope’ (EHT) é formado por uma rede de radiotelescópios espalhados pelo planeta.

Combinando esses observatórios por meio de uma técnica chamada interferometria, os astrônomos puderam reproduzir um observatório virtual do tamanho da Terra, com o qual “um jornal aberto em Paris poderia ser lido de Nova York”, disse Frédéric Gueth, astrônomo e vice-diretor do Instituto de Radioastronomia Milimétrica (IRAM) na Europa, que participou da pesquisa.

Fonte: G1

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