No início do ano passado, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado em 12 meses chegou a 11,3%

Os reajustes salariais voltaram a superar a inflação neste ano, depois de sofrerem seguidas perdas em 2016.

Ecovega-300x300Após estabilização em janeiro, as negociações conseguiram aumentos 1,1% e 1,8% superiores à alta dos preços (os chamados ganhos reais) em fevereiro e março, respectivamente, segundo a pesquisa Salariômetro, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

A alta aconteceu em todos os setores com exceção da indústria, cuja mediana dos reajustes foi 0,5% inferior à inflação em fevereiro e 0,1% em março. Na outra ponta, os maiores aumentos foram na agropecuária, com ganhos de 2,1% e 1,8% nesse período.

A tendência é que o movimento continue, diz Hélio Zylberstajn, coordenador do estudo. “Acredito que haverá entre 1 e 2 pontos percentuais de ganhos reais a cada data-base”, afirma.

O motor dessa recuperação do poder de compra do trabalhador é a inflação em queda. Quando os preços estão em alta, os sindicatos têm dificuldade para negociar acordos que consigam cobrir a inflação e ainda trazer algum ganho para a categoria.

No início do ano passado, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado em 12 meses chegou a 11,3%. Após meses de queda, ele chegou a 4,7%, em março deste ano.

Reflexo desse movimento, em janeiro de 2016, quase 70% das negociações ficaram abaixo do INPC, o que significa que o trabalhador viu seu rendimento encolher.

Já em março de 2017, o percentual de acordos inferiores à inflação caiu para 12,9%.

“O que acontece é que a taxa de inflação acumulada é um referencial muito forte na mesa de negociação, então ela acaba comandando”, afirma Zylberstajn.

“Com a previsão de inflação agora em 4%, 3%, é provável que a grande maioria das categorias vá repor a perda e conseguir alguma coisa a mais”, diz o pesquisador.

O número de acordos com redução de jornada e de salário nominal (sem descontar a alta de preços), utilizados principalmente na indústria, caíram para 3 em março, após terem alcançado um pico de 60 em janeiro de 2016.

SEM CARTEIRA

A pesquisa da Fipe abrange apenas empregados com carteira assinada. Para quem está fora desse grupo, houve pouca ou nenhuma recuperação recente da renda.

Levantamento feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base nos dados do IBGE observou aumento real de 1,4% no rendimento médio de trabalhadores sem carteira ao longo do trimestre de dezembro a fevereiro em comparação ao mesmo período de 2016.

Entre autônomos e empregadores, houve queda de 2,5% e 0,6%, respectivamente. A maior alta aconteceu no setor público, cujos rendimentos subiram 5,1%.

Considerando toda a população ocupada –que desemprenha alguma atividade econômica, seja no setor formal ou informal–, os rendimentos cresceram em média 1,4% no trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo o Ipea.

“Mesmo esse crescimento sendo pequeno e não generalizado, já é uma percepção de melhora. Nós vínhamos de um período de quedas contínuas”, diz a pesquisadora Maria Andréia Lameiras, coautora do levantamento.

Para ela, os dados mostram que a recuperação do mercado de trabalho vai começar pela melhora do rendimento de quem está empregado, para depois iniciar a geração de novas vagas.

Com informações da Folhapress.

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