Votação foi interrompida por cerca de seis horas nesta terça-feira
A Reforma Trabalhista foi aprovada – com 50 votos a favor, 26 contra e uma abstenção – em votação tumultuada nesta terça-feira (11) no Senado Federal. O texto segue agora para a sanção presidencial.
A sessão que apreciou e votou a matéria foi conturbada. Somente no final da tarde, após seis horas de suspensão, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), retomou a sessão mesmo sem um consenso entre os senadores da base e os opositores.
No microfone, o presidente da Casa criticou a ocupação da Mesa Diretora por senadoras da oposição. “É a primeira vez que vejo isso na minha vida (a mesa diretora ocupada). Fiz todas as tentativas para o entendimento e ultrapassei o regimento para ser democrático.”
Enquanto Eunício falava com o microfone sem fio, alguns senadores da base governista presentes no plenário bateram boca com parlamentares da oposição que se concentram na mesa diretora. Em um momento, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Lindbergh bateram boca e tiveram de ser contidos por colegas no plenário.
Senadoras na Mesa Diretora
Pouco mais de uma hora depois da abertura da sessão extraordinária dedicada à votação da proposta, Eunício Oliveira suspendeu a sessão depois que a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que conduzia os trabalhos, negou-se a dar o assento da presidência da sessão a Eunício.
Foi nesse momento em que o senador mandou desligar os microfones e apagar as luzes do plenário.
Acompanhada pelas senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lídice da Mata (PSB-BA), e Kátia Abreu (PMDB-TO), Fátima inclusive almoçou na Mesa Diretora.
A sessão tinha sido aberta pontualmente às 11h apenas por senadores de oposição, que se revezavam na tribuna com discursos contrários à proposta.
Protestos
O prédio do Senado foi cercado pela tropa de choque da Polícia Militar de Brasília e o acesso ficou restrito a parlamentares, servidores e pessoas credenciadas. O acesso às galerias não foi liberado a visitantes.
Assim que começou a sessão, integrantes de centrais sindicais começaram a ocupar o gramado em frente ao espelho d’água do Congresso em protesto contra a reforma.
Próximos passos
O texto prevê que as alterações entram em vigor 120 dias após a publicação da lei no Diário Oficial da União. A expectativa é de que, se aprovada da forma como está, as novas regras comecem a valer a partir de novembro.
O que realmente foi aprovado?