O soldado Maycon está preso disciplinarmente suspeito de desviar a munição
Vazou nas redes sociais a fotografia e o nome de um dos supostos militares presos sob a suspeita de ter desviado munição do Exército Brasileiro e que foi parar nas mãos de traficantes de drogas pertencentes a uma facção criminosa instalada nas comunidades “Babilônia” e Barroso 2, na zona Sul de Fortaleza. O militar seria um soldado destacado no 10º Depósito de Suprimentos da 10ª Região Militar, sediada em Fortaleza no bairro Dias Macedo.
O soldado se chama Maycon e está preso disciplinarmente no Quartel do 23º Batalhão de Caçados, localizado na Avenida 13 de Maio, no Bairro de Fátima, na Capital cearense. Ele e outro militar – cuja identidade não foi ainda revelada – foram presos na semana passada após a descoberta do “sumiço” de aproximadamente 14 mil cartuchos (balas) de calibre 7.62, munição utilizada em fuzis.
O Departamento de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Civil cearense auxilia a Inteligência da 10ª Região Militar nas investigações sobre o caso e nas buscas para recuperar a munição. Parte do material já teria sido encontrado enterrada em uma casa na comunidade Barroso 2. O terreno foi dado a um dos militares em troca da munição, além de uma motocicleta, pela facção Guardiões do Estado (GDE), a mesma que, há duas semanas, expulsou de casa várias famílias do Barroso 2.
Tráfico e guerra
A descoberta do desvio da munição teria ocorrido quando a tropa do Exército aquartelada em Fortaleza foi convocada para se deslocar ao Rio Grande do Norte para restabelecer a ordem pública em decorrência da greve de policiais civis e militares daquele estado vizinho ao Ceará. Neste mesmo episódio, um oficial da tropa cearense foi encontrado morto no alojamento em Mossoró (RN), para onde o contingente do 23º BC foi deslocado. O caso também está sob investigação sigilosa.
As informações dão conta de que o soldado Maycon estaria morando, ultimamente, no bairro Área Seca, em Maracanaú local onde também há um intenso tráfico de drogas e constantes mortes em confrontos armados decorrentes da guerra entre as facções criminosas Guardiões do Estado (GDE) e Comando Vermelho (CV).